
De acordo com o Conselho Superior para o Clima (HCC), as importações representam entre 40% e 50% dos vegetais mais consumidos na França. Além disso, a cota de frutas, peixes e mariscos importados também é elevada, revela a organização independente. A carne bovina tem participação de 20% nas importações, enquanto a carne suína e de aves corresponde a 30% a 40% do total consumido no país.
Ainda segundo o HCC, a demanda da indústria alimentar e de restaurantes tem impulsionado um aumento significativo nas importações de preparados de carne e aves, que foram multiplicadas por mais de quatro em 20 anos. Esse cenário revela um panorama em que as importações são essenciais para atender à demanda interna por alimentos processados.
O impacto ambiental dessas importações é preocupante, já que a pecuária é responsável por 59% das emissões agrícolas francesas. Isso fez com que o setor contribuísse com 18% das emissões de gases de efeito estufa da França em 2021. Como resultado, o sistema alimentar como um todo responde por 22% da pegada de carbono do país, revela o HCC.
Redução do consumo de carne e seus reflexos na pecuária
Em relação à pecuária, as emissões diretas provenientes do gado representam 83% do total, devido ao metano produzido pelas vacas em seu processo digestivo, bem como à gestão dos excrementos. Apesar disso, as emissões pecuárias diminuíram 15% entre 1990 e 2021, resultado principalmente da redução no número de rebanhos, atribuída às dificuldades socioeconômicas enfrentadas pelo setor.
Diante desse cenário, o Tribunal de Contas francês recomendou a criação de uma estratégia para reduzir o número de bovinos no país, destacando a necessidade de alinhar essa redução com a demanda interna, a fim de evitar um aumento nas importações. Marion Guillou, membro do Conselho Superior do Clima, ressaltou a importância de equilibrar a redução do rebanho com a diminuição do consumo interno em uma coletiva de imprensa realizada em maio de 2023.