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Substituição de pacientes reais por atores no Revalida é questionada por senadores durante audiência pública na Comissão de Educação.




Artigo sobre o Revalida – Desafios e Questionamentos

Durante uma audiência pública realizada pela Comissão de Educação (CE) nesta terça-feira (7), os senadores levantaram questionamentos sobre a substituição de pacientes reais por atores e bonecos nas avaliações do Revalida, além das baixas taxas de aprovação no exame.

O presidente do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), Manuel Palacios, explicou que o processo de revalidação do Revalida é complexo e envolve várias etapas. Ele destacou que o exame demanda 11 meses de execução e que cada edição é precedida pela elaboração e validação dos instrumentos, estabelecimento dos padrões de desempenho desejáveis, locação em ambientes diferenciados para a execução das atividades e a divulgação dos resultados.

Nas provas do Revalida, os candidatos realizam uma prova escrita na primeira fase, seguida de uma avaliação das habilidades clínicas na segunda etapa, na qual atores substituem pacientes reais. A senadora Zenaide Maia (PSD-RN) argumentou que um ator jamais poderá substituir um paciente real e destacou a importância dos cuidados com a saúde primária.

Manuel Palacios admitiu que o uso de atores torna o exame mais caro e que a dificuldade pode ser ainda maior com a previsão de três edições anuais do exame e a exigência de realização do exame pelos profissionais estrangeiros após os quatro primeiros anos de atuação no programa Mais Médicos.

Além disso, os altos valores das taxas de inscrição, que chegam a R$ 400 na primeira fase e R$ 4 mil na segunda, também foram apontados como um desafio. Mesmo assim, Manuel Palacios explicou que o exame ainda precisa ser subsidiado pelo Ministério da Educação, pois o valor das inscrições não cobre os custos.

Outro ponto levantado durante a audiência foi o baixo índice de aprovação na primeira fase do exame, que ficou abaixo de 13% na última edição. A definição da nota de corte do exame também foi questionada, pois é feita a cada edição e é apontada como uma das razões para a baixa aprovação.

O senador Alan Rick (União-AC) questionou a falta de previsibilidade e segurança na definição da nota de corte, sugerindo que a prova tenha uma nota de corte padrão, garantindo mais segurança para os médicos que realizam o exame. Ele também propôs a redução nos valores das taxas de inscrição, apresentando um projeto de lei para limitar o valor a 25% da bolsa vigente do médico-residente.

A audiência pública também permitiu a participação dos cidadãos através do portal e-Cidadania, evidenciando a importância do debate sobre os desafios e questionamentos do Revalida.

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)


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