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Presidente do Inep rebate críticas e defende Enem 2023 como teste técnico e objetivo durante debate na Câmara dos Deputados.




08/11/2023 – 13:55 Will Shutter / Câmara dos Deputados

Presidente do INEP Rebate Críticas à Prova do Enem

O presidente do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), Manuel Palácios, afirmou, nesta quarta-feira (8), que o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) de 2023 foi construído a partir de critérios técnicos e objetivos. Palácios rebateu as críticas de viés ideológico e afirmou que o processo de elaboração da prova ocorreu de forma transparente e imparcial.

No entanto, a oposição acusou a prova de ter viés ideológico contrário ao agronegócio e ao capitalismo. O debate ocorreu na Comissão de Educação da Câmara dos Deputados, por acordo, sem aprovação dos requerimentos pedindo o comparecimento de Palácios.

O presidente da comissão, Moses Rodrigues (União-CE), informou que houve um acordo para o comparecimento do ministro da Educação, Camilo Santana, a uma audiência pública conjunta das comissões de Educação; de Fiscalização Financeira e Controle; e de Agricultura para tratar do mesmo tema.

Questões Elaboradas em 2020

Palácios lembrou que os itens da prova são elaborados por professores da educação básica e universitários selecionados por meio de chamada pública. O edital que selecionou os elaboradores para o Enem 2023 foi feito em 2020, durante o governo Bolsonaro.

“Nós estamos falando de professores que foram selecionados em 2020 e que estão exercendo essa atividade até hoje. Se há algum tipo de seleção enviesada, ela vem sendo enviesada há muito tempo”, disse o presidente do Inep. “Na verdade, não há nada além da seleção pública de profissionais da educação por meio de critérios objetivos de currículo”, reforçou.

O presidente do Inep também defendeu a seleção de autores citados na prova, afirmando que é feita a partir de critérios técnicos e objetivos, com base em publicações científicas bem avaliadas na comunidade científica. Ele ressaltou que o objetivo do Enem é avaliar a capacidade do estudante de compreender diferentes argumentos, independentemente de concordar com eles.

Críticas à Abordagem do Agronegócio e Capitalismo

Alguns deputados presentes na comissão criticaram a abordagem do agronegócio na prova, alegando que houve viés ideológico contrário ao setor. O deputado Sargento Gonçalves (PL-RN) afirmou que a prova teve um propósito puramente ideológico e impôs uma visão negativa ao candidato que discordasse do elaborador da questão.

Da mesma forma, o deputado Delegado Paulo Bilynskyj (PL-SP) criticou a abordagem do agronegócio na prova dizendo ser absurdo afirmar que “o agronegócio mata” e pediu a anulação da questão.

O deputado Abilio Brunini (PL-MT) também expressou descontentamento, sugerindo que o presidente do Inep tinha interesse em fazer uma distorção ideológica para selecionar militantes de esquerda para as universidades.

Reaplicação da Prova

Palácios informou que o Enem 2023 teve quase 4 milhões de inscritos, com 28,1% de ausências no primeiro dia de prova, realizado em 5 de novembro. Devido a problemas com locais de prova distantes das residências dos estudantes, a reaplicação da prova foi agendada para os dias 12 e 13 de dezembro. Cerca de 50 mil estudantes foram afetados por esse problema, segundo o deputado Sargento Gonçalves.


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