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Contas públicas fecham setembro com déficit de R$ 18 bilhões e dívida líquida atinge 60% do PIB

As contas públicas fecharam o mês de setembro com saldo negativo, de acordo com dados divulgados pelo Banco Central nesta quarta-feira (8). O déficit do governo federal foi o principal responsável por esse resultado, causado pela queda de receitas em 6,2% e aumento de despesas em 11,5% na comparação com setembro do ano passado. O setor público consolidado, formado pela União, pelos estados, municípios e empresas estatais, registrou déficit primário de R$ 18,071 bilhões no mês de setembro, ante superávit de R$ 10,746 bilhões em setembro de 2022.

Em 12 meses, as contas acumulam déficit primário de R$ 101,888 bilhões, o que corresponde a 0,97% do Produto Interno Bruto (PIB). Já em 2022, as contas públicas fecharam o ano com superávit primário de R$ 125,994 bilhões, 1,27% do PIB.

No mês de setembro, a conta do Governo Central teve déficit primário de R$ 16,506 bilhões, enquanto os governos estaduais e municipais também registraram déficits. Os resultados foram afetados pela discrepância estatística de R$ 28,1 bilhões entre as estatísticas do Banco Central e do Tesouro Nacional, resultado de uma operação de R$ 26 bilhões ocorrida no dia 4 de setembro.

Além disso, as empresas estatais federais, estaduais e municipais tiveram déficit primário de R$ 500 milhões no mês de setembro, contra déficit de R$ 688 milhões no mesmo mês de 2022. Os gastos com juros também aumentaram em setembro deste ano, chegando a R$ 81,714 bilhões, enquanto a conta de swaps teve perdas de R$ 15,9 bilhões.

A dívida líquida do setor público atingiu R$ 6,310 trilhões em setembro, correspondendo a 60% do PIB. Já a dívida bruta do governo geral chegou a R$ 7,826 trilhões, representando 74,4% do PIB.

O déficit nominal das contas públicas e o aumento da dívida bruta são indicadores observados por investidores e agências de classificação de risco para analisar o endividamento de um país. A queda da inflação e a alta da taxa básica de juros, a Selic, também influenciaram a evolução das contas públicas, com impacto nos gastos com juros e no resultado nominal.

Em resumo, o mês de setembro foi marcado por um cenário desafiador para as contas públicas, com déficit primário e nominal, aumentos nos gastos com juros e discrepâncias estatísticas que influenciaram os resultados apresentados pelo Banco Central. As medidas tomadas para reverter essa situação e equilibrar as contas públicas serão fundamentais para garantir a sustentabilidade econômica do país e a confiança dos investidores.

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