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Na última sexta-feira (3), o chanceler israelense, Eli Cohen, afirmou ao chanceler brasileiro, Mauro Vieira, que todos os brasileiros deveriam sair de Gaza até a próxima quarta-feira (8). No entanto, no dia seguinte, os egípcios fecharam a passagem de Rafah.
Esse fechamento ocorreu devido ao ataque de Israel a um comboio de ambulâncias que saía de um hospital em Gaza com destino ao Egito, transportando os feridos mais graves dos bombardeios de Tel Aviv contra o Hamas. Segundo as informações de inteligência israelenses, havia terroristas nas ambulâncias, porém, esse tipo de ataque é condenado no direito humanitário internacional. O Hamas alega que civis morreram na ação.
Os pacientes e os cidadãos egípcios ainda em Gaza foram incluídos no acordo intermediado pelos Estados Unidos e Qatar, que é o interlocutor do Hamas. A diferença é que os palestinos terão que voltar para Gaza depois de serem tratados. O governo egípcio justificou que não poderia permitir as saídas enquanto houvesse risco para os feridos. Em uma nova negociação, os comboios de ambulância agora são organizados pelo Crescente Vermelho/Cruz Vermelha, com acompanhamento da ONU.
As saídas foram retomadas de forma limitada na última segunda-feira (6), onde apenas os estrangeiros que já estavam nas listas egípcias das quatro primeiras levas tiveram permissão para seguir em frente. Agora, a lista diária voltou.
Desde o dia 1º até o dia 4 deste mês, cerca de 2.700 pessoas foram autorizadas a deixar Gaza, além de mais de cem feridos. O país que teve mais pessoas favorecidas foi os Estados Unidos. Quando se trata de sair de Gaza, é necessário ter autorização do Egito, do destino (Israel), dos Estados Unidos e do Qatar. Todo esse processo é bastante complicado, o que tem levado a questionamentos no Brasil sobre a demora, principalmente porque o país possui boas relações com todas as partes envolvidas.
Enquanto isso, 34 pessoas divididas entre Rafah e a cidade de Khan Yunis, que fica a 10 km da fronteira, estão frustradas com a situação. Os bombardeios na região continuam diariamente, mesmo que o foco da guerra esteja no norte da Faixa de Gaza, que está sob cerco terrestre israelense.
Além dessas pessoas, o Itamaraty já repatriou 1.410 brasileiros e 3 bolivianos de Israel, além de 32 brasileiros que moravam na Cisjordânia, onde a violência está aumentando.
A guerra entre Israel e Hamas começou há um mês, quando o Hamas lançou um ataque terrorista histórico contra Israel, resultando na morte de pelo menos 1.300 pessoas. Até agora, a retaliação de Israel causou mais de 10 mil mortes, segundo o governo de Gaza.