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Profissionais liberais terão alíquota diferenciada de impostos na reforma tributária, afirma relator no Senado

Os profissionais liberais serão beneficiados com uma alíquota de impostos diferenciada na reforma tributária, de acordo com Eduardo Braga (MDB-AM), relator da proposta no Senado. Além disso, o valor do Fundo de Desenvolvimento Regional (FDR) será maior do que os R$ 40 bilhões aprovados pela Câmara dos Deputados, conforme afirmou o ministro da Fazenda, Fernando Haddad.

Eduardo Braga planeja entregar o relatório da proposta de emenda à Constituição (PEC) até a noite de terça-feira (24). Ele se reuniu com Haddad nesta manhã para acertar os detalhes finais do parecer.

Segundo o senador, a alíquota específica para os serviços prestados por profissionais liberais como médicos, advogados, contadores, engenheiros, dentistas, arquitetos e outros ainda não foi definida. Ele apresentou uma contraproposta à sugestão da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), propondo um valor intermediário para a alíquota.

O Simples Nacional, regime especial para micro e pequenas empresas, prevê alíquotas especiais para microempresas com faturamento de até R$ 360 mil por ano e para pequenas empresas com faturamento de até R$ 4,8 milhões por ano.

Tanto Braga quanto Haddad confirmaram que o FDR, que compensará estados que perderão incentivos fiscais após a reforma tributária, será aumentado, mas não mencionaram valores. Enquanto a Câmara aprovou R$ 40 bilhões, vários estados estão solicitando um orçamento de R$ 75 bilhões a R$ 80 bilhões.

“Nós vamos ampliar um pouco, suficiente para atender à demanda”, disse Haddad ao sair do prédio da Fazenda durante a tarde, antes de se reunir com o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG). Braga afirmou que o valor será aumentado para diminuir a concentração do desenvolvimento econômico em poucas regiões do país.

O relator também confirmou que planeja incluir uma Contribuição sobre Intervenção no Domínio Econômico (Cide) para bens produzidos fora da Zona Franca de Manaus, a fim de manter os benefícios fiscais da região produtora.

Braga afirmou que proporá uma revisão dos regimes diferenciados na reforma tributária a cada cinco anos, incluindo os regimes de bens de capital e saneamento básico. Em relação a uma trava para a carga tributária, ele explicou que o valor não será fixo, mas calculado com base em uma fórmula matemática móvel, que aferirá a carga tributária e, se exceder no ano subsequente, haverá correção da alíquota para baixo.

O relator conversou nesta segunda-feira com o relator da reforma tributária na Câmara, deputado Aguinaldo Ribeiro (PP-PB). Se o parecer for protocolado nesta terça-feira, será lido na quarta-feira (25) na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado. Segundo o senador, se esses prazos forem cumpridos, será possível votar a reforma tributária na CCJ até 7 de novembro.

Após a aprovação no plenário do Senado, a reforma tributária terá que retornar à Câmara dos Deputados para uma nova votação. Isso ocorrerá porque o texto não será fatiado e será reenviado na íntegra para os deputados. Durante a tarde, o ministro de Relações Institucionais, Alexandre Padilha, e líderes partidários reuniram-se com Haddad no ministério. Padilha afirmou que deseja que a Câmara vote a reforma tributária até o final do ano.

A PEC da Reforma Tributária foi aprovada pela Câmara dos Deputados em julho e sofrerá alterações no Senado. Braga disse que vai discutir as modificações com Aguinaldo Ribeiro ainda nesta segunda-feira. Caso o relatório seja protocolado na terça-feira, o senador pretende lê-lo no dia seguinte na CCJ, para que a PEC seja votada até 7 de novembro.

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