Petrobras tomba após comunicado e BYD lidera mercado de carros elétricos, destacam destaques da FolhaMercado

Petrobras enfrenta queda no mercado após comunicado

A Petrobras enfrentou uma reação negativa do mercado após divulgar um comunicado na última segunda-feira. O texto informava que o conselho de administração da estatal aprovou alterações na política de indicação de executivos e a criação de uma reserva de remuneração do capital. Os analistas interpretaram o anúncio como uma tentativa de aumentar as indicações políticas na empresa e reduzir a distribuição de dividendos extraordinários. Como resultado, as ações preferenciais da companhia tiveram uma queda de 6,60%, representando uma perda de R$ 32,3 bilhões em seu valor de mercado.

Após a reação negativa, a Petrobras forneceu mais detalhes sobre o comunicado. A empresa afirmou que a intenção é remover do estatuto o parágrafo que proíbe indicações de membros do governo, partidos políticos e sindicatos, seguindo a lei atual. A mudança foi proposta para adequar a política de indicações à interpretação da liminar do ministro do STF, Ricardo Lewandowski. No entanto, o tema ainda não foi discutido em plenário. A Petrobras também afirmou que pretende alinhar o texto a “quaisquer que venham a ser as decisões judiciais sobre o tema”.

Em relação aos dividendos, a empresa afirmou que a política de distribuição de 45% do fluxo de caixa livre continua em vigor. No entanto, analistas acreditam que a criação da reserva pode reduzir a possibilidade de distribuição de dividendos extraordinários. A proposta foi aprovada pelos representantes do governo no conselho, enquanto os quatro representantes dos minoritários foram contra. O presidente da companhia, Jean Paul Prates, questionou a votação do tema sem uma análise prévia e optou por se abster de votar.

As medidas ainda precisam ser aprovadas pela assembleia de acionistas da companhia, mas, como o governo detém a maioria do capital votante, é provável que qualquer proposta seja aprovada.

Chevron adquire Hess em acordo bilionário

A Chevron, gigante americana do petróleo, anunciou na última segunda-feira que adquirirá a rival Hess em uma troca de ações no valor de US$ 53 bilhões (R$ 268 bilhões). Essa aquisição ocorre menos de duas semanas depois que a Exxon, líder do setor nos EUA, fechou a compra da Pioneer por US$ 59,5 bilhões. A estratégia por trás dessa aquisição é posicionar a Chevron no mercado de exploração de petróleo na Guiana, que se tornou o terceiro maior produtor da América Latina em apenas dois anos. A expectativa é que a produção diária de petróleo na Guiana atinja 1,2 milhão de barris até 2027. Com essa aquisição, a Chevron se tornará uma das principais concorrentes da Exxon nessa região. A empresa chinesa Cnooc também faz parte da parceria feita pelas empresas na Guiana.

O negócio da Chevron com a Hess foi anunciado com um prêmio de 4,9% em relação ao fechamento das ações na última sexta-feira. No entanto, ambas as empresas tiveram uma queda no valor de suas ações após o anúncio. Essas aquisições da Chevron e da Exxon mostram a confiança das empresas na demanda futura por petróleo e combustíveis fósseis, apesar das pressões para a transição energética.

Disputa entre Apple e Gradiente sobre marca iPhone é levada ao STF

A disputa entre a americana Apple e a brasileira Gradiente pelo uso da marca iPhone será tratada pelo plenário físico do Supremo Tribunal Federal. O tema vinha sendo discutido de forma virtual, com votos sendo depositados até um prazo determinado. Até agora, o placar estava em 5 votos a favor da Apple e 3 votos a favor da Gradiente. No entanto, essas posições podem ser alteradas durante o julgamento no plenário físico, que ainda não tem data marcada.

A Apple alega que os produtos iniciados por “i”, como iMac e iPad, estão associados a ela, e afirma que a Gradiente só pode usar a expressão completa “Gradiente iPhone”, não o termo isoladamente. Por sua vez, a Gradiente argumenta que submeteu a marca ao INPI (Instituto Nacional da Propriedade Industrial) em 2000, quando a Apple ainda não estava presente no mercado de telefonia celular. A empresa brasileira obteve a concessão do registro em 2008.

Os ministros que já votaram estão divididos sobre a questão. Para alguns ministros, a decisão de permitir o uso da marca “Gradiente iPhone” protege o consumidor, que associa o termo “iPhone” à Apple. Outros defendem que o registro da marca não pode ser afetado pelo uso posterior por terceiros. O resultado final será definido quando o julgamento ocorrer no plenário físico.

BYD se destaca no mercado de carros elétricos

A montadora chinesa BYD obteve um aumento nas ações na semana passada após anunciar que seus lucros do terceiro trimestre podem dobrar em relação ao ano anterior. Esse resultado mostra que a empresa não foi tão afetada pela guerra de preços promovida pela Tesla e pelo freio da demanda global. Além disso, a BYD será a maior beneficiada pelos benefícios fiscais que o governo chinês concederá para carros elétricos nos próximos quatro anos, no valor de US$ 72,3 bilhões (cerca de R$ 365,6 bilhões).

A BYD se destaca no mercado de carros elétricos por ter começado como uma fabricante de baterias, o que a torna uma especialista nesse componente essencial para veículos que não dependem de combustíveis fósseis. Segundo analistas, isso proporciona uma vantagem de cerca de 15% no preço do modelo BYD Seal em relação ao seu principal concorrente, o Model 3 da Tesla. A BYD também teve o apoio de grandes investidores, como Warren Buffett, que comprou uma participação de 10% na empresa em 2008.

No entanto, a Berkshire Hathaway, empresa de Buffett, tem reduzido sua participação na BYD nos últimos anos. Em agosto do ano passado, a empresa possuía 20% do capital da montadora chinesa, mas agora possui cerca de 9%. Mesmo assim, a BYD continua se destacando no mercado de carros elétricos.

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