
Em suas palavras, Montenegro explica que esse novo Plano Condor funciona da seguinte forma: primeiro é construído um roteiro, adaptado para os meios de comunicação, e que posteriormente é amplificado pelas redes sociais. Depois, a Justiça utiliza esse roteiro para construir um processo criminal contra os políticos alvo. Para ela, não importa se as acusações são verdadeiras ou se o processo vai avançar, pois o dano já está feito e a sociedade passa a acreditar cada vez menos na política e em projetos progressistas.
Montenegro ressalta ainda que, paralelamente, são instalados discursos insanos e violentos com o objetivo de submeter a sociedade e, principalmente, os jovens, que não conseguem compreender a importância de todo esse processo histórico. Além disso, há a intenção de destruir a esperança em um futuro diferente, que esteja de acordo com as capacidades e recursos dos próprios países.
Esse novo Plano Condor 2.0 é aplicado de maneira diferente em cada país da região. Na Argentina, por exemplo, a estratégia é realizada por meio do voto, com a eleição de políticos como Javier Milei, que está na mesma prateleira de Jair Bolsonaro. Para Montenegro, o objetivo é instaurar um modelo neoliberal, destruir o tecido social e aniquilar qualquer foco de resistência.
A deputada também destaca que a ruptura do tecido social é uma das consequências desse processo, pois as pessoas passam a ser influenciadas por discursos que negam a história e banalizam o mal. Isso acaba interferindo no fator eleitoral e colocando a democracia em risco, como aconteceu no Brasil com a eleição de Bolsonaro.
Diante desse quadro preocupante, Montenegro ressalta a importância de proteger os direitos conquistados e de construir uma ponte com as novas gerações, que vivem em um mundo de imediatismo e fantasias. Ela conclui afirmando que a disputa atual vai além dos governos e que está em jogo o sentido comum da sociedade.
Em resumo, a denúncia feita por Victoria Montenegro revela uma série de estratégias que visam desestabilizar governos progressistas e instaurar modelos políticos e econômicos neoliberais na América Latina. Através do lawfare e da disseminação de discursos violentos, o objetivo é corroer reputações, fabricar condenações criminais e destruir o tecido social. A deputada argentina alerta para a importância de proteger as conquistas sociais e de resgatar a importância da luta histórica para as novas gerações. O cenário pré-eleitoral na Argentina é descrito como complexo, especialmente entre os jovens, que precisam ser guiados para proteger o que já foi conquistado em termos de direitos.