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Consequências da falta de chuvas intensas na Amazônia ameaçam biodiversidade, qualidade do ar e estilo de vida na região.

Nos últimos dias, a região amazônica tem enfrentado graves consequências decorrentes da falta de chuvas intensas. Essa situação está causando impactos na biodiversidade, na qualidade do ar e no modo de vida das pessoas que habitam a região. A professora da Universidade Federal Rural do Pará e especialista em ecologia, Vania Neu, ressalta que fenômenos como o El Niño são eventos naturais que já eram previstos pelos especialistas. No entanto, ela destaca que a ocorrência de eventos climáticos extremos está se tornando mais frequente em um curto espaço de tempo.

Estudos indicam que eventos que costumavam ocorrer a cada 20 anos, agora estão ocorrendo em intervalos menores. Se não houver um cuidado adequado com o ambiente, esses eventos poderão ocorrer anualmente ou a cada dois anos. A ação descontrolada de desmatamento e as queimadas podem influenciar nessa maior frequência de chuvas ou secas extremas, dificultando o processo de regeneração da floresta.

A pesquisadora explica que à medida que o ambiente fica mais seco, os incêndios florestais se tornam mais frequentes. Isso pode levar, no futuro, a uma vegetação mais rala, sem a densidade característica da floresta amazônica. Muitos estudos indicam que até 2080, a região poderá apresentar um cenário muito mais seco.

Além das mudanças climáticas e ambientais, o modo de vida das pessoas que habitam a região amazônica também está se tornando inviável. A fumaça causada pelos incêndios florestais traz diversos problemas de saúde, como tosse, asma, conjuntivite e processos alérgicos. Pessoas com problemas cardiorrespiratórios são ainda mais afetadas, podendo até mesmo morrer. Além disso, a falta de chuvas e os rios secos afetam a alimentação das comunidades locais, que dependem dos recursos naturais da região.

De acordo com a Defesa Civil no Amazonas, 59 dos 62 municípios estão em estado de emergência devido à seca. Cerca de 557 mil pessoas foram afetadas por essa situação. O acesso às comunidades isoladas na região amazônica é difícil, uma vez que os rios são as principais vias de transporte. Essa realidade apresenta um desafio para a chegada de ajuda e suporte às pessoas que estão enfrentando essa situação difícil.

Diante desse cenário, é necessário uma ação conjunta para a proteção do meio ambiente e para a melhoria da qualidade de vida da população da Amazônia. Medidas como o controle do desmatamento, a criação de políticas de orientação em relação à preservação ambiental e a conscientização da sociedade como um todo são fundamentais para reverter essa situação preocupante.

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