A estiagem no Amazonas leva o Rio Negro a atingir novo nível mínimo histórico, afetando milhares de pessoas e exigindo ação do governo
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Desde o final de abril deste ano, o nível do rio tem diminuído gradualmente, e a previsão é de que continue baixando até o início de novembro, quando termina o período de estiagem. Essa situação tem gerado impactos significativos em todo o estado do Amazonas. Segundo o último boletim do governo estadual, divulgado na última sexta-feira, 59 dos 62 municípios amazonenses estão em situação de emergência, enquanto um está em alerta e dois se encontram em normalidade. O boletim ainda revela que 146 mil famílias foram afetadas, o que equivale a aproximadamente 590 mil pessoas.
Com o intuito de amenizar os impactos da estiagem, a Marinha, em conjunto com o Exército e as autoridades locais, iniciou uma ação de distribuição de alimentos e água mineral. O Navio de Assistência Hospitalar Soares de Meirelles já entregou mais de 6 mil cestas básicas e 1,1 mil caixas de água mineral nos municípios da região do Alto Solimões, começando por Tabatinga, próximo à fronteira com a Colômbia e o Peru. Segundo a Marinha, o navio é o principal meio de transporte para a distribuição de suprimentos na região e deve percorrer cerca de 1.350 quilômetros, atendendo outros municípios como Benjamin Constant, Atalaia do Norte, Amaturá, Santo Antônio do Içá e Tonantins.
A atuação do Navio Soares Meirelles não se limita apenas à distribuição de alimentos e água. A embarcação também exerce um papel fundamental no atendimento primário à saúde e na distribuição de medicamentos para comunidades ribeirinhas e indígenas.
Além disso, o Ministério da Saúde anunciou uma verba de R$ 225 milhões para reforçar o atendimento no Amazonas em decorrência da forte estiagem. Na semana passada, o ministério já havia enviado ao estado sete kits calamidade, contendo diversos medicamentos e insumos, capazes de atender a cerca de 10,5 mil pessoas por até um mês.
A seca na Amazônia tem chamado a atenção não apenas do Brasil, mas também de outros países da região. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva conversou, por telefone, com o presidente da Colômbia, Gustavo Petro, para tratar sobre o tema. A situação preocupante da seca na Amazônia demanda atenção especial e esforços conjuntos para minimizar os impactos e garantir a segurança e o bem-estar das comunidades afetadas.