
Descoberta da Leucemia em Miguel de Mello Bueno aos 7 anos
No início do ano passado, Miguel de Mello Bueno, de apenas 7 anos, se queixou de dores na perna após um dia intenso brincando na praia. Estranhando a situação, a mãe Halana Karine de Mello, 29, levou o filho à Unidade de Pronto Atendimento, onde o menino foi medicado e liberado.
Algumas semanas depois, uma nova queixa. Ao procurar um pediatra em Ponta Grossa (PR), cidade em que moram, Halana foi tranquilizada e informada que as dores seriam devido à fase de crescimento da criança.
“As dores não eram frequentes. Elas aconteciam a cada 15 ou 20 dias, duravam um dia e passava. Os exames de sangue estavam normais, então acreditei que era devido ao crescimento mesmo”, recorda a mãe.
No entanto, em maio, um episódio de dor intensa, que impossibilitou Miguel de andar fez a família buscar atendimento hospitalar. O menino, além da dor nas pernas, também sentia dor nas costas e estava pálido.
“Ele chorava de dor. Os médicos decidiram interná-lo para fazer diversos exames. Logo no primeiro exame de sangue, já deu alteração nas plaquetas”, lembra Halana.
Miguel foi diagnosticado com leucemia linfóide aguda. Esse tipo de câncer no sangue atinge os glóbulos brancos, que são células de defesa do nosso organismo.
De acordo com o Instituto Nacional de Câncer (Inca), a leucemia é uma doença rara em crianças e adolescentes, representando apenas 3% do total de casos novos esperados para cada ano no Brasil. No entanto, a leucemia é o tipo de câncer mais comum nesse público, representando de 25% a 35% de todos os tumores infantis.
Segundo Ana Paula Kuczynski, oncologista pediátrica do Hospital Pequeno Príncipe, as células do corpo das crianças se reproduzem de maneira mais rápida, o que pode levar a uma mutação celular da medula óssea, resultando na leucemia.
Existem mais de 12 tipos de leucemia, sendo as mais comuns a leucemia mieloide aguda (LMA) e leucemia linfóides aguda (LLA). As chances de cura variam entre os tipos, com a LLA tendo chances de 85% a 90% de cura em crianças, enquanto a LMA possui chances de 60% a 65%.
A descoberta precoce da leucemia é essencial para o sucesso do tratamento. Sintomas como palidez, anemia, ínguas no corpo, e dores ósseas podem indicar a presença da doença. Por isso, é importante que os pais e médicos estejam atentos a qualquer sinal diferente no comportamento das crianças.