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Relatório final da CPMI do 8 de Janeiro é aprovado em ato pela democracia, enquanto oposição repudia resultado.

Após a aprovação do relatório final da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) sobre os acontecimentos do dia 8 de janeiro, um ato simbólico foi realizado na Praça dos Três Poderes nesta quarta-feira (18) pelos integrantes da comissão. O ato teve como objetivo reforçar o compromisso com a democracia e o Estado democrático de direito. Vários deputados e deputadas participaram, incluindo a relatora da comissão, senadora Eliziane Gama (PSD-MA), e as senadoras Soraya Thronicke (Podemos-MS), Augusta Brito (PT-CE) e Ana Paula Lobato (PSB-MA), juntamente com outros parlamentares. O relatório aprovado será encaminhado para a Procuradoria-Geral da República (PGR), a Polícia Federal e o Supremo Tribunal Federal (STF).

Eliziane Gama destacou durante o ato que a democracia brasileira prevaleceu diante das tentativas de destruição. Segurando uma edição da Constituição Federal, ela declarou: “A democracia venceu, a barbárie ficou para trás, o fascismo ficou para trás”. Vale ressaltar que a Praça dos Três Poderes foi o local dos ataques antidemocráticos ocorridos em 8 de janeiro.

No caminho para a praça, as senadoras Soraya e Eliziane foram agredidas por um cidadão não identificado. Soraya afirmou que o Poder Legislativo cumpriu seu papel e que o relatório seria simbolicamente entregue ao STF, ao Ministério Público e à Polícia Federal, para que assumam as providências necessárias.

Durante a reunião da CPMI, Eliziane Gama revelou que vem sofrendo ameaças de morte a ela e a seus familiares, solicitando proteção ao Senado. Ela expressou indignação diante das ameaças e agressões, destacando que nunca havia sido tão violentada em sua vida pública. Diversos parlamentares elogiaram o relatório final, como o deputado Chico Alencar (Psol-RJ), que considerou o documento como um “libelo contra o autoritarismo larvar, crônico e histórico”.

As deputadas Fernanda Melchionna (Psol-RS) e Talíria Petrone (Psol-RJ) afirmaram que a relatora foi vítima de machismo, violência política e ameaças por parte de alguns parlamentares. Para Talíria, o ex-presidente Jair Bolsonaro foi o “autor intelectual da tentativa de golpe do 8 de janeiro”.

O senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) também elogiou o trabalho de Eliziane na relatoria da comissão. Ele afirmou que a democracia brasileira não será interrompida novamente e ressaltou a importância de lembrar os episódios ocorridos em 8 de janeiro para que não se repitam.

O presidente da CPMI, deputado Arthur Maia (União-BA), finalizou os trabalhos agradecendo a todos os parlamentares e servidores da comissão, elogiando a relatora e desejando uma política menos violenta para o Brasil. Ele destacou que nenhum membro da CPMI concorda com os acontecimentos de 8 de janeiro e repudiou a violência e a falta de respeito às instituições nacionais.

Em contrapartida à comemoração da base governista, diversos parlamentares da oposição desqualificaram o relatório de Eliziane e a acusaram de parcialidade. Eles afirmaram que não houve tentativa de golpe em 8 de janeiro e criticaram a abordagem do relatório, considerando-o parcial e sem valor. A oposição repudiou o documento e enfatizou que não concorda com as conclusões apresentadas.

Em meio a discussões acaloradas, é importante destacar que o relatório final da CPMI é parte de um processo de investigação sobre os acontecimentos do dia 8 de janeiro e abre espaço para debates, discordâncias e diferentes interpretações por parte dos parlamentares. O resultado final da apuração dos fatos caberá às instituições responsáveis, como a Procuradoria-Geral da República, a Polícia Federal e o Supremo Tribunal Federal.

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