Agência BrasilDestaque

Banco do Brasil negocia créditos de carbono no mercado internacional em operação inédita de compra e venda.

O Banco do Brasil (BB) realizou uma operação histórica ao negociar créditos de carbono no mercado internacional. Pela primeira vez na história, o banco comprou 5 mil créditos do Projeto Envira Amazônia, operado pelo banco francês BNP Paribas, e vendeu para o Standard Chartered Bank no exterior.

Essa transação piloto serviu como um teste para validar o novo modelo de negócios do BB. O banco obteve certificação da Verra, principal avaliador do mercado voluntário de carbono, por meio de reduções de desmatamento e degradação. O Projeto Envira protege uma área de mais de 200 mil hectares na Floresta Amazônica e também possui o selo Clima, Comunidade e Biodiversidade (CCB), que certifica a destinação dos créditos para a comunidade local.

O Banco do Brasil tem como objetivo se tornar referência na negociação de mercado de carbono, desde o desenvolvimento de projetos até a compra e venda desses ativos. Além disso, a instituição pretende oferecer assessoria para inventários de emissões de gases de efeito estufa. Os projetos apoiados pelo BB já permitem a preservação de mais de 500 mil hectares de floresta nativa.

Com foco em práticas ambientais, sociais e de governança, o BB criou uma unidade estratégica para reforçar sua atuação nessa área. A instituição está alinhada aos 12 compromissos para um futuro mais sustentável, especialmente no que se refere ao reflorestamento e conservação florestal. O banco tem a meta de conservar ou reflorestar 1 milhão de hectares até 2025.

O mercado global de créditos voluntários de carbono atingiu US$ 2 bilhões em 2022 e deve apresentar um crescimento exponencial nos próximos anos. No Brasil, estima-se que o volume de negociações chegue a US$ 20 bilhões até 2030, de acordo com a consultoria Way Carbon.

O mercado de crédito de carbono permite que as empresas compensem suas emissões de gases de efeito estufa. Cada empresa possui um limite de emissões e aquelas que emitirem menos podem vender créditos para aquelas que ultrapassaram seus limites. Cada crédito de carbono equivale a uma tonelada de gás carbônico (CO2) ou outros gases de efeito estufa que deixaram de ser lançados na atmosfera.

As empresas também podem adquirir créditos de carbono por meio do financiamento de projetos ambientais e de desenvolvimento sustentável. Os mercados de carbono têm ganhado destaque desde a assinatura do Protocolo de Kyoto, em 1997, quando países da Organização das Nações Unidas (ONU) se comprometeram a reduzir as emissões de gases de efeito estufa.

Artigos relacionados

Botão Voltar ao topo