Flup 2023 celebra oralidade ancestral e homenageia Machado de Assis e Mãe Beata em festival literário das periferias.
Um dos grandes destaques da Flup deste ano será a homenagem ao renomado escritor e fundador da Academia Brasileira de Letras (ABL), Machado de Assis, e à Mãe Beata de Iemanjá, escritora e sacerdotisa do Candomblé. Ambos nasceram e cresceram em regiões periféricas do Rio de Janeiro, trazendo consigo a essência e o vigor da cultura popular. A Flup vai ressaltar que a origem de Machado de Assis está na Ladeira do Livramento, no Morro da Providência, considerada a primeira favela do mundo.
Durante os nove dias de evento, a Vila Olímpica da Gamboa, o Galpão da Ação da Cidadania e a Garagem Viação Regina’s se transformarão em espaços de troca e celebração da literatura e da cultura periférica. Diversos debates, mesas-redondas e apresentações artísticas serão realizados, envolvendo personalidades como a escritora Conceição Evaristo, o rapper Emicida, e o cantor e compositor Marcelo D2, entre outros.
A Flup também marcará a presença internacional ao sediar o II Campeonato Mundial de Poesia Slam, que contará com a participação de poetas de diversos países dos cinco continentes. Além disso, haverá competições nacionais e internacionais de slams em diferentes idiomas, como português, espanhol, francês e inglês, com traduções simultâneas e interpretação em libras. Todas as rodadas e a final serão transmitidas ao vivo pelo canal do Youtube da Flup.
A música também terá espaço de destaque na programação, com apresentações de artistas como Rita Benneditto, Leci Brandão, Teresa Cristina, Bia Ferreira, Linn da Quebrada, Xamã e da Orquestra Sinfônica Brasileira Jovem. O festival também celebrará os 50 anos do hip-hop no mundo e os 15 anos da chegada dos slams ao Brasil, contando com a presença da banda afro-americana The Last Poets, considerada precursora do rap e primeira influência do hip-hop e do slam.
Além disso, a Flup será um espaço de debate e discussão sobre questões sociais e políticas, como assédio e violência contra a mulher, as cotas na Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) e a pauta indígena. Ao todo, estima-se que o festival receba cerca de 40 mil pessoas, proporcionando um ambiente de encontro e valorização da cultura periférica.
A Festa Literária das Periferias (Flup) tem se tornado um evento de referência no cenário cultural brasileiro, promovendo o diálogo entre diferentes formas artísticas e trazendo à tona questões relevantes para as periferias do país. Com sua programação diversa e gratuita, a Flup busca ampliar o acesso à cultura e valorizar a produção artística das comunidades periféricas, reforçando a força e a importância desses espaços na construção da identidade brasileira.
