Ataques do Hamas em festa rave trazem questionamentos sobre sua classificação como grupo terrorista em meio ao conflito com Israel.

Diversos veículos de imprensa ao redor do mundo e alguns países categorizam o grupo extremista que controla a Faixa de Gaza como terrorista. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva também se referiu ao ataque como terrorista, porém não aplicou esse adjetivo ao Hamas. A posição do presidente segue a linha adotada pelo governo brasileiro.
O Palácio do Itamaraty, emitiu um comunicado nesta quinta-feira (12), afirmando que segue as avaliações do Conselho de Segurança da ONU na classificação de grupos considerados terroristas. O Conselho de Segurança é responsável por zelar pela paz internacional, de acordo com a Carta da ONU.
Apesar da definição da ONU, países como Estados Unidos, Reino Unido, Canadá, Austrália, Japão e membros da União Européia consideram o Hamas uma organização terrorista. Por outro lado, a maioria dos países-membros da ONU, incluindo Noruega, Suíça, China, Rússia, Brasil, México e Colômbia, seguem a definição atual da ONU que não classifica o Hamas como um grupo terrorista. Essa posição mais neutra permite que esses países atuem como mediadores em conflitos e protejam seus cidadãos em áreas de conflito.
Diante da atual escalada de violência em Israel e na Palestina, o Ministério das Relações Exteriores vem recebendo pedidos de oposição para que o Brasil modifique a classificação do Hamas.
Até o momento, os ataques violentos promovidos pelo grupo Hamas resultaram em mais de 1,3 mil mortes em Israel e 1,2 mil mortes na Faixa de Gaza, onde vivem 2,3 milhões de palestinos. Além disso, os desabrigados já somam 180 mil.
O Hamas, cujo nome significa “Movimento de Resistência Islâmica” em árabe, é um movimento palestino composto por uma entidade filantrópica, um braço político e um braço armado. Fundado em 1987 durante a primeira Intifada, o Hamas derrotou o Fatah nas eleições legislativas de 2006 e expulsou o Fatah da Faixa de Gaza. O grupo luta pela independência de um Estado Palestino, enquanto Israel se recusa a conceder soberania, temendo que esse Estado se torne uma ameaça à segurança israelense.
O conflito entre o Hamas e o exército israelense continua a se intensificar, sem perspectivas de uma resolução pacífica no momento. A comunidade internacional está dividida em relação à classificação do Hamas, mas o Brasil segue a definição atual da ONU como base para sua posição diplomática.