Historiadora econômica Claudia Goldin ganha o Prêmio Nobel de Economia por pesquisa sobre desigualdade salarial de gênero
A Academia Real de Ciências da Suécia destacou a importância do trabalho de Goldin em seu comunicado: “A laureada deste ano em Ciências Econômicas, Claudia Goldin, forneceu o primeiro relato abrangente dos ganhos e da participação das mulheres no mercado de trabalho ao longo dos séculos. Sua pesquisa revela as causas da mudança, bem como as principais fontes da disparidade de gênero remanescente”.
Goldin se tornou a terceira mulher a receber o Nobel de Economia, e seu livro de 1990, “Understanding the Gender Gap: An Economic History of American Women” (“Entendendo a Disparidade de Gênero: Uma História Econômica das Mulheres Norte-Americanas”, em tradução livre), foi considerado extremamente influente no estudo da desigualdade salarial.
A Academia também destacou outras pesquisas realizadas por Goldin, incluindo estudos sobre o impacto da pílula anticoncepcional nas decisões de carreira e casamento das mulheres, sobre o sobrenome das mulheres após o casamento como indicador social e sobre os motivos pelos quais as mulheres são hoje a maioria dos estudantes de graduação.
O Nobel de Economia foi estabelecido e financiado pelo Banco Central da Suécia em 1968 e o primeiro prêmio foi concedido em 1969. Desde então, diversos pensadores e acadêmicos influentes receberam esse prêmio, como Friedrich August von Hayek, Milton Friedman e Paul Krugman.
No entanto, assim como nos outros prêmios Nobel, a maioria dos vencedores de economia tem sido homens. Até o momento, apenas duas mulheres haviam recebido esse prêmio – Elinor Ostrom, em 2009, e Esther Duflo, em 2019.
As pesquisas de Claudia Goldin têm vastas implicações sociais e, segundo Randi Hjalmarsson, membro do comitê do Prêmio de Economia, podemos pavimentar um caminho melhor para o futuro ao entender e chamar pelo nome certo o problema da desigualdade salarial de gênero.
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