A história retrata uma sociedade secreta formada apenas por mulheres, conhecida como “Paladinas do Nevoeiro”. Essa sociedade, que funciona como uma “maçonaria feminina”, é composta por mulheres que sofreram violência de gênero. Remetendo ao estilo gótico, as mulheres conduzem rituais onde se comunicam com espíritos, fazem previsões do futuro e até possuem um livro em forma de morcego. No entanto, a força delas é utilizada somente para ações benéficas, como enganar um senhor de engenho e libertar escravizados de sua propriedade.
O livro foi escrito por Emília Freitas durante sua estadia no Amazonas, na solidão das margens do rio Negro. Apesar de historicamente excluída do cânone literário, a obra vem sendo valorizada recentemente. A Rainha do Ignoto atrai leitores por não apenas trazer mulheres como protagonistas, mas também por sua abordagem inovadora.
Fernanda Miranda, professora de literatura da Universidade Federal da Bahia, destaca a importância de Emília Freitas como uma mulher nordestina, feminista, abolicionista, republicana e atuante na política de seu tempo. A autora inaugurou a ficção especulativa na literatura brasileira, embora sua obra tenha sido apagada e esquecida ao longo dos anos.
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