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Projeto de lei busca melhorar qualidade de vida de mulheres na menopausa e climatério através de tratamento e acesso à informação

Atualmente, cerca de 35 milhões de brasileiras estão vivenciando o climatério e a menopausa, mas infelizmente, apenas metade delas recebe algum tipo de tratamento. Essas mulheres, que representam um terço da população feminina, estão enfrentando um período de suas vidas sem acesso às informações adequadas sobre essa fase e sem os cuidados necessários para lidar com os sintomas e as consequências dessa transição hormonal.

Além do desconforto causado por sintomas como ondas de calor, depressão, irritabilidade, insônia e perda da libido, as mulheres que estão passando pelo climatério e a menopausa também ficam mais suscetíveis a problemas cardíacos, diabetes e osteoporose devido à redução na produção de hormônios.

Com o objetivo de melhorar a qualidade de vida durante essa fase, está sendo discutido o Projeto de Lei 5602/19 na Comissão de Defesa dos Direitos da Mulher da Câmara dos Deputados. A relatora da proposta, deputada Lêda Borges (PSDB-GO), sugeriu a realização de uma audiência pública para debater o assunto com representantes do governo, médicos e da sociedade civil. O projeto prevê a criação de um programa de atenção às mulheres na menopausa e no climatério, garantindo informações e tratamentos adequados já na atenção primária à saúde.

Durante a audiência, a representante do Ministério da Saúde, Débora Siqueira Beltrammi, informou que a pasta está desenvolvendo um eixo de atuação com o estudo de novos medicamentos para os casos em que a reposição hormonal é contraindicada. Além disso, o Ministério está trabalhando com práticas integrativas e complementares, como a fitoterapia, e estudando a inclusão de novos fitoterápicos no tratamento.

A endocrinologista especializada em climatério, Ana Priscila Soggia, ressaltou durante a audiência que 80% das mulheres apresentam sintomas do climatério, mas apenas 15% delas fazem tratamento. A falta de reposição hormonal nessa fase aumenta os riscos de infarto e acidente vascular cerebral (AVC). A médica destacou que as mulheres que fazem reposição hormonal têm uma redução significativa nos riscos de AVC, mortalidade em geral, câncer de intestino e fraturas ósseas.

Adriana Ferreira, fundadora da Associação Menopausa Feliz, acrescentou que as políticas públicas para as mulheres nessa fase estão desatualizadas, pois o Manual da Atenção à Saúde do Climatério, criado pelo Ministério da Saúde em 2008, já não acompanha os avanços científicos atuais. Ela sugeriu a criação de um dia nacional de conscientização sobre a menopausa para informar e eliminar o tabu que envolve essa fase da vida.

Em resumo, é fundamental que as mulheres tenham acesso à informação e ao tratamento adequado durante o climatério e a menopausa. Os avanços científicos e ações governamentais devem estar alinhados para garantir a melhoria da qualidade de vida dessas mulheres, visando prevenir problemas de saúde relacionados a essa fase da vida.

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