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Investigação aponta possibilidade de assassinato de médicos por engano na orla do Rio de Janeiro

As autoridades continuam a investigação sobre o assassinato de três médicos na orla do Rio de Janeiro, incluindo o irmão da deputada federal Sâmia Bomfim (PSOL). Uma das hipóteses é que o crime foi uma execução, mas que as vítimas morreram por engano. Isso ocorre enquanto o governo federal tenta resolver um impasse para a implementação da Força Nacional de Segurança Pública no estado, medida que foi anunciada pelo ministro da Justiça, Flávio Dino, na segunda-feira (2).

O secretário-executivo da pasta, Ricardo Cappelli, foi enviado ao Rio para conversar com o governador Cláudio Castro. Ambos devem discutir tanto o reforço na segurança quanto o avanço na apuração dos homicídios. O envio da Força Nacional foi adiado na quarta-feira (4) devido a questionamentos e exigências do Ministério Público Federal (MPF), como orientações para criação de protocolos que não prejudiquem atividades escolares, fundamentação específica que justifique entrada forçada em domicílios sem mandado judicial e prestação de serviços médicos para feridos em ações policiais.

Já quanto às investigações dos assassinatos, mesmo com pedidos de familiares de Sâmia Bomfim pela federalização do caso, a pasta da Justiça não deve requisitar a medida, conforme revelou Raquel Landim, âncora da CNN. Ainda assim, a Polícia Federal (PF) foi posta à disposição para auxiliar nas investigações. Agentes e blindados deveriam chegar no sábado.

Como informou Leandro Resende, analista de Política da CNN, 570 agentes federais estarão envolvidos em uma megaoperação conjunta no Complexo da Maré, sendo 300 da Força Nacional e 270 da Polícia Rodoviária Federal. Também serão enviadas 50 viaturas e 22 blindados. A expectativa era que eles chegassem ao Rio de Janeiro no próximo sábado (7).

O governo do estado atuará com 1.000 policiais militares e civis, além de drones com sistemas de reconhecimento facial e de placas, 50 viaturas, 12 blindados, três aeronaves e uma unidade de demolição da PM. A ação em parceria com o governo federal, acordada nesta semana pelo governador Cláudio Castro (PL) e pelo ministro da Justiça, Flávio Dino, começará na Maré, mas há previsão de que se estenda para outras localidades.

O crime ocorreu na madrugada desta quinta-feira (5), quando três médicos ortopedistas foram assassinados em um ataque a tiros na avenida da praia da Barra da Tijuca, na zona Oeste do Rio de Janeiro. Uma quarta vítima ficou ferida e está internada. De acordo com a Polícia Militar, as vítimas foram encontradas baleadas em um quiosque da região.

As investigações estão em andamento para determinar a motivação e autoria do crime. A Polícia Civil do Rio de Janeiro está realizando uma perícia no local e analisando imagens de câmeras de segurança. A suspeita inicial é de que as vítimas tenham sido alvo de uma execução.

Os médicos assassinados eram Diego Ralf de Souza Bonfim, Marcos de Andrade Corsato e Perseu Ribeiro Almeida. Eles estavam na cidade para participar de um congresso internacional de cirurgia do pé e tornozelo. Mais de 30 tiros foram disparados no ataque.

Uma das linhas de investigação sugere que um dos médicos mortos, Perseu Ribeiro Almeida, pode ter sido confundido com o filho de um miliciano. Os criminosos estariam buscando outros alvos e cometeram o crime por engano. No entanto, as autoridades ainda não descartam a possibilidade de motivação política e continuam apurando todas as informações.

O governador Cláudio Castro determinou que a polícia utilize todos os recursos disponíveis para chegar à autoria do crime. O ministro da Justiça, Flávio Dino, também pediu à Polícia Federal que acompanhe a investigação, devido à possibilidade de relação com a atuação de parlamentares federais.

Enquanto isso, a implementação da Força Nacional de Segurança Pública no estado do Rio de Janeiro enfrenta desafios e exigências do Ministério Público Federal. O governo federal e estadual estão buscando a solução para esse impasse, visando reforçar a segurança e avançar nas investigações dos homicídios de médicos na cidade.

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