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Redução de animais silvestres eletrocutados mobiliza debate na Câmara dos Deputados visando soluções imediatas e sustentáveis

A busca por soluções para reduzir o elevado número de animais silvestres eletrocutados no Brasil foi tema de debate na Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável da Câmara dos Deputados. Representantes de organizações não governamentais ambientalistas, empresa elétrica e agência reguladora estiveram presentes no encontro realizado nesta quinta-feira (5).

O debate também se relaciona ao projeto de lei (PL 564/23) que propõe a criação da Política de Prevenção de Acidentes Elétricos com Animais Silvestres. Embora não existam dados oficiais sobre animais eletrocutados, os casos são evidentes e têm impacto significativo na sociedade. Roched Seba, presidente do Instituto Vida Livre, destacou a negligência sobre o assunto e citou a morte de quase 30 animais somente no Rio de Janeiro.

Brayam Amorim, veterinário e diretor da ONG Jaguaracambé, ressaltou que o problema é nacional e expôs a ocorrência frequente de animais eletrocutados no Zoológico de Brasília. Diante desse panorama, o deputado Marcelo Queiroz, organizador do debate e autor do projeto de lei, busca soluções rápidas que conciliem a proteção animal com a geração de energia elétrica.

O coordenador de qualidade na prestação de serviços da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), Renato de Sousa, explicou que a rede de transmissão de energia no país abrange uma extensão considerável e que a preocupação com os animais está presente em diversos programas da agência. No entanto, ele pontuou críticas ao projeto de lei, principalmente em relação às exigências de instalação de cones nos postes e criação de corredores ecológicos, argumentando que isso poderia onerar o consumidor.

A concessionária de energia elétrica Light já foi acionada pelo Ministério Público devido à morte de animais silvestres por eletrocussão. Bernardo Egas, ex-secretário municipal de Meio Ambiente do Rio de Janeiro e autor de uma das ações, mencionou a possibilidade de autuação das empresas elétricas com base na Lei de Crimes Ambientais por mutilação e maus-tratos de animais.

Apesar das dificuldades financeiras enfrentadas pela Light, o superintendente de relações institucionais Daniel Mendonça destacou os esforços da empresa na busca por soluções por meio de novas tecnologias. O deputado Marcelo Queiroz pretende convidar concessionárias de outros estados para dar continuidade ao debate sobre o tema.

O problema dos animais silvestres eletrocutados é grave e demanda ações efetivas para sua prevenção. O projeto de lei em discussão na Câmara dos Deputados representa um importante passo nesse sentido, fornecendo diretrizes para a proteção dos animais e a conscientização sobre a responsabilidade das empresas elétricas. É fundamental unir esforços de todos os envolvidos, buscando soluções sustentáveis que equilibrem a geração de energia com a preservação da fauna brasileira.

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