Dólar atinge maior valor desde março e bolsa de valores cai, refletindo nervosismo no mercado global
O dólar comercial encerrou o dia sendo vendido a R$ 5,169, com uma alta de R$ 0,016 (+0,31%). A moeda norte-americana operou próxima da estabilidade na primeira hora de negociação, mas disparou após a abertura do mercado nos Estados Unidos, chegando a atingir R$ 5,19 no seu pico máximo.
Com essa performance na quinta-feira, a cotação do dólar alcançou seu maior valor desde março deste ano. Em outubro, a moeda acumula uma alta de 2,82%, porém, ao longo de 2023, registrou uma queda de 2,1%.
O mercado de ações também apresentou um dia de tensão, com o índice Ibovespa, da B3, fechando o dia aos 113.285 pontos, o menor patamar desde junho. Embora as ações de petroleiras, mineradoras e bancos tenham apresentado alta, a queda das ações de varejistas foi responsável por puxar o índice para baixo.
Essa sequência de altas do dólar é a maior registrada nos últimos nove anos em todo o mundo, gerando uma expectativa pela divulgação do relatório de emprego nos Estados Unidos, programado para esta sexta-feira. Caso a criação de empregos supere as expectativas, aumenta a possibilidade de o Federal Reserve (Fed, o Banco Central dos EUA) elevar as taxas de juros antes do fim do ano.
Além disso, as taxas dos títulos de longo prazo do Tesouro norte-americano atingiram seu maior nível desde 2007, o que estimula a fuga de capital de países emergentes como o Brasil.
Internamente, a valorização de algumas commodities, como o petróleo, e a alta recente do dólar dificultam a tarefa do Banco Central brasileiro de reduzir a taxa Selic em 1 ponto percentual até o final do ano, como havia sido previsto pelo Comitê de Política Monetária (Copom). O repique do dólar já está pressionando os preços no atacado, segundo informações do próprio Banco Central.
Vale ressaltar que a Agência Brasil está publicando as matérias referentes ao fechamento do mercado financeiro apenas em casos extraordinários, portanto, as cotações do dólar e a situação da bolsa de valores não são mais atualizadas diariamente.
*Com informações da Reuters
