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CMSE aciona usinas termelétricas Termonorte I e Termonorte II para garantir suprimento de energia em Rondônia e Acre.

O Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE) tomou a decisão de acionar as usinas termelétricas Termonorte I e Termonorte II, localizadas em Porto Velho, para garantir o fornecimento de energia em Rondônia e no Acre. Essa medida foi aprovada durante a reunião do comitê, realizada nesta quarta-feira (4) em Brasília.

A necessidade de acionar as usinas termelétricas ocorre devido à forte seca que atinge a Região Norte do país. Essa seca já havia causado a suspensão temporária das atividades de geração de energia na Usina Hidrelétrica de Santo Antônio, localizada no Rio Madeira, em Rondônia. Os níveis de vazão do rio estão 50% abaixo da média histórica, o que tem impactado o suprimento de energia na região.

Segundo informações do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), o mês de setembro foi marcado por um déficit de chuvas na bacia Amazônica, o que levou à paralisação das máquinas da Usina Hidrelétrica de Santo Antônio no dia 1º de outubro. Diante desse cenário, o CMSE sugeriu à Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA) o reconhecimento da situação de escassez hídrica na Bacia do Rio Madeira.

Além disso, o ONS recomendou a importância das usinas termelétricas Termonorte I e Termonorte II para garantir o suprimento de energia aos Estados do Acre e de Rondônia nesse cenário de severidade hidrológica. O CMSE indicou também a necessidade de adoção de medidas por parte da Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) e do ONS para retomar a disponibilidade dessas usinas.

O CMSE solicitou ainda ao Ministério de Minas e Energia (MME) que coordene estudos para avaliar a resiliência do sistema elétrico em Rondônia e no Acre, visando garantir o fornecimento de energia em futuros cenários de escassez hídrica e cheias extraordinárias na bacia do Rio Madeira. Medidas que incluem a eventual expansão do sistema de geração de energia na região também foram propostas.

Outro ponto abordado foi o suprimento de energia ao estado de Roraima, que está desconectado do Sistema Interligado Nacional (SIN). O ONS recomendou uma nova revisão do Plano de Substituição do Parque Gerador do Sistema Elétrico de Roraima, considerando as condições de atendimento à carga e à demanda máxima.

Para verificar os efeitos da estiagem na Região Norte, o vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, realizou uma visita à região nesta quarta-feira. Acompanhado por uma comitiva de ministros, Alckmin passou o dia em Manaus e na área metropolitana, onde se reuniu com autoridades e sobrevoou comunidades afetadas pela seca. O governo federal anunciou uma série de medidas para ajudar prefeituras e o governo do estado.

A seca extrema já afetou cerca de 500 mil pessoas no Amazonas, no Acre e em Rondônia, sendo que quase 60 municípios do Amazonas estão em situação de emergência. Essa viagem foi realizada a pedido do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que está se recuperando de uma cirurgia em Brasília.

O Instituto Nacional de Pesquisa da Amazônia (Inpa) destaca que, além do fenômeno El Niño, que aumenta a temperatura das águas superficiais do oceano na região do Pacífico Equatorial, o aquecimento do Atlântico Tropical Norte, acima da Linha do Equador, também está relacionado à redução do volume de chuvas na Amazônia. Esse segundo fenômeno é resultado direto das mudanças climáticas e do aumento da temperatura média do planeta.

Durante a reunião, o ONS também registrou uma intensa precipitação ocorrida no Rio Grande do Sul, com superação da média histórica nas bacias dos rios Jacuí, Uruguai e Taquari-Antas. Além disso, foram destacados recordes de temperatura e de carga elétrica, sendo que a demanda atingiu 93.949 Megawatts (MW) às 19h do dia 26 de outubro. Os estudos apresentados pelo ONS concluíram que as condições de abastecimento de energia estão confortáveis até março de 2024, podendo ser necessário o acionamento de usinas termelétricas em momentos de pico de demanda.

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