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Protestos violentos em Gaza destacam a asfixia financeira do enclave bloqueado por Israel, com possível alívio à vista

Protestos violentos têm tomado conta de Gaza nas últimas semanas, enviando uma mensagem clara sobre a terrível situação financeira que o enclave enfrenta, resultado do bloqueio imposto por Israel. Economistas e até mesmo autoridades israelenses de alto escalão reconhecem a urgência de medidas de alívio para a população de Gaza.

Os protestos têm sido organizados por grupos de jovens e apoiados pelo movimento islâmico Hamas, que governa Gaza. Segundo informações, os manifestantes estão protestando contra o tratamento de prisioneiros palestinos em prisões israelenses e contra visitas de grupos judeus ao complexo da mesquita de Al Aqsa, considerado sagrado tanto por muçulmanos quanto por judeus.

Uma autoridade israelense de alto escalão observou que o Hamas tem se mantido relativamente contido, não se juntando oficialmente aos protestos nem lançando mais foguetes contra Israel. Ele sugeriu que a agitação recente tem como motivo imediato a miséria econômica em Gaza, e não apenas queixas de longa data sobre a causa nacional palestina.

Com uma população de aproximadamente 2,3 milhões de pessoas, a renda per capita em Gaza é cerca de um quarto do nível da Cisjordânia ocupada por Israel, e mais da metade da população vive abaixo da linha da pobreza, de acordo com estimativas do Fundo Monetário Internacional (FMI).

Fontes próximas às negociações afirmam que, embora algumas das exigências do Hamas sejam políticas, é fundamental flexibilizar as sanções econômicas impostas a Gaza para manter a calma ao longo da fronteira. Espera-se que Israel anuncie mais flexibilizações nos próximos dias, incluindo centenas de permissões adicionais para trabalhar em território israelense.

Desde 2021, quando ocorreu uma guerra de 10 dias entre Israel e o Hamas, algumas restrições foram flexibilizadas, incluindo permissões de trabalho e medidas para impulsionar as exportações e melhorar os serviços públicos em Gaza.

Um relatório recente do FMI ressalta que, para uma recuperação econômica estável e duradoura em Gaza, é imprescindível o levantamento do bloqueio e a flexibilização das restrições impostas por Israel.

Com uma taxa de desemprego oficial em Gaza de mais de 46%, até mesmo o Hamas tem enfrentado crescente descontentamento em relação à sua gestão econômica. No entanto, o movimento atribui os problemas econômicos no enclave ao bloqueio israelense.

Diante do potencial de agravamento da instabilidade em Gaza, Israel tem emitido mais de 18 mil permissões de trabalho para os palestinos do enclave, permitindo que os trabalhadores tragam cerca de US$ 2 milhões por dia e oferecendo outras formas de alívio econômico.

É evidente que a atual situação econômica em Gaza é insustentável e requer ação imediata. O levantamento do bloqueio e a flexibilização das restrições impostas por Israel podem ser a chave para uma melhoria duradoura na vida da população de Gaza. Resta aguardar para ver quais medidas serão tomadas nos próximos dias.

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