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Educadora social e advogada, Patrícia Félix é eleita a mais votada para o Conselho Tutelar do Rio de Janeiro pelo segundo ano consecutivo

A educadora social e advogada Patrícia Félix conquistou, pela segunda vez consecutiva, o maior número de votos na eleição para o Conselho Tutelar do Rio de Janeiro, realizada no último domingo (1º). Em 2019, ela recebeu 4.639 votos, número que aumentou para 5.997 este ano. Com mais de 30 anos de experiência como educadora social, Patrícia sempre se preocupou em garantir os direitos das crianças e adolescentes e promover a verdadeira função dos conselheiros tutelares.

Patrícia decidiu se candidatar em 2019 pelo CT Zona Sul, pois, na época, morava no bairro da Glória. Desde então, ela tem lutado para aumentar a visibilidade e compreensão da sociedade em relação aos conselhos tutelares. Além disso, ela busca acabar com a interpretação equivocada de que o conselho “tira filhos de mães” em casos envolvendo questões familiares.

No entanto, ser eleita para o conselho tutelar não é uma tarefa fácil. Os candidatos precisam passar por várias etapas, incluindo inscrição, análise de documentação, comprovação de idoneidade moral, experiência mínima de dois anos com crianças e adolescentes, além de residir no território relativo ao conselho tutelar em que irão concorrer. Após a eleição, eles ainda precisam provar sua aptidão para o cargo e passar por uma prova de conhecimento eliminatória.

Em entrevista à Agência Brasil, Patrícia revelou que, para ela, a responsabilidade começa desde o momento em que se decide se candidatar. Ser eleita é uma reafirmação desse compromisso com a causa e com a luta pelos direitos das crianças e adolescentes. No entanto, ela destaca a dificuldade que muitas pessoas enfrentam para se inscrever e participar das eleições devido à falta de informação adequada.

Quando questionada sobre suas motivações para se candidatar em 2019, Patrícia explicou que sempre esteve envolvida na defesa dos direitos humanos e na luta pelos direitos das crianças e adolescentes. Ela percebeu a necessidade de reafirmar a importância e potencial do conselho tutelar, assim como combater a visão errada que muitas pessoas têm desse órgão. Patrícia ressalta que o conselho tutelar é responsável pela proteção e garantia dos direitos das crianças e adolescentes, e não por punição.

Em relação à conscientização da sociedade sobre a função do conselho tutelar, Patrícia reconhece um aumento na participação popular, mas destaca que ainda há muita desinformação. Muitas pessoas não sabem como votar nas eleições para o conselho tutelar, mesmo com as informações e reportagens divulgadas. Ela acredita que é necessário um trabalho contínuo de esclarecimento para que a população entenda a competência desse órgão e possa exercer sua democracia direta.

Outra preocupação levantada por Patrícia é a ausência de conselhos tutelares em alguns municípios do país. Enquanto o Conselho Nacional da Criança e do Adolescente (Conanda) recomenda um conselho para cada 100 mil habitantes, o Rio de Janeiro possui apenas 19 conselhos, quando na verdade precisaria ter pelo menos 64. Patrícia destaca que a criação desses conselhos é de responsabilidade dos municípios, e a falta de representação afeta diretamente o número de denúncias e averiguações realizadas.

Para seu novo mandato, Patrícia pretende continuar lutando pela valorização e reconhecimento dos conselhos tutelares. Ela quer combater a desinformação e o preconceito que ainda cercam esse órgão, e garantir que a proteção dos direitos das crianças e adolescentes seja efetivada sem criminalizar ninguém.

Em conclusão, a eleição de Patrícia Félix como a mais votada para o Conselho Tutelar pelo segundo ano consecutivo reflete seu comprometimento com a causa e a luta pelos direitos das crianças e adolescentes. Sua experiência como educadora social e advogada a impulsionaram a se candidatar e buscar maior visibilidade e compreensão dos conselhos tutelares pela sociedade. No entanto, há ainda muito trabalho a ser feito para conscientizar e informar a população sobre a verdadeira função desse órgão e garantir a criação de conselhos tutelares em todos os municípios do país.

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