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Debate na Câmara discute projeto de recolhimento de Imposto de Importação em compras internacionais pela internet

Proposta que estabelece recolhimento de Imposto de Importação em compras internacionais feitas pela internet divide opiniões em debate na Câmara dos Deputados. A Comissão de Finanças e Tributação realizou uma audiência pública para discutir o projeto que pretende acabar com a regra atual do Ministério da Fazenda, que isenta de cobrança as remessas de compras de até 50 dólares para pessoas físicas (PL 2339/22).

De acordo com a proposta, o vendedor deverá recolher o Imposto de Importação até a data de entrada da mercadoria no Brasil. Caso isso não ocorra, o consumidor será responsável pelo pagamento do tributo. A discussão foi acalorada e gerou diferentes posicionamentos entre os parlamentares presentes.

O diretor-executivo do Instituto Livre Mercado, Rodrigo Saraiva Marinho, criticou o texto da proposta, afirmando que o Brasil prejudica a indústria nacional por possuir pouca liberdade econômica. Ele ressaltou a necessidade de reavaliar também os altos impostos existentes no país. Em resposta, o deputado Paulo Guedes (PT-MG), que é o relator da proposta, afirmou que o Brasil não possui uma tributação excessiva e citou o exemplo da Suécia, onde a carga tributária é de 52%.

Por outro lado, o deputado Abilio Brunini (PL-MT) ressaltou que a alta tributação sueca não recai sobre empresas e comércio, ao contrário do que acontece no Brasil. A deputada Adriana Ventura (Novo-SP) também se manifestou contrária à cobrança de Imposto de Importação de forma indiscriminada, argumentando que é injusto taxar apenas as compras feitas por pessoas com menor poder aquisitivo.

O autor do projeto, deputado Félix Mendonça Júnior (PDT-BA), defendeu a mudança na atual situação, alegando que existe um contrabando oficial de mercadorias e que é necessário estabelecer uma forma eficaz de cobrar o imposto para que a Receita Federal receba de forma direta.

A proposta em análise pela Comissão de Finanças e Tributação ainda precisa passar pela Comissão de Constituição e Justiça. Segundo o presidente do Instituto para Desenvolvimento do Varejo, Jorge Gonçalves Filho, a competição desleal das remessas estrangeiras fez com que as empresas brasileiras deixassem de arrecadar R$ 136 bilhões nos últimos cinco anos. Ele ressaltou a importância de garantir a mesma competitividade para as empresas nacionais, afirmando que o Imposto de Importação deveria ser de 74,2%.

Robinson Sakiyama Barreirinhas, da Receita Federal, informou que o órgão já está trabalhando para garantir a cobrança do imposto de quem deve. Com o início de uma gestão de informação segura sobre o que entra no país, a Receita já alcançou 46% de preenchimento de declarações e pretende atingir 100% até o final do ano. O secretário também destacou que já foram identificadas situações de fraude, como um mesmo CPF que enviou 16 milhões de encomendas.

O debate sobre o recolhimento de Imposto de Importação em compras internacionais feitas pela internet continua em andamento na Câmara dos Deputados, com diferentes pontos de vista sendo apresentados pelos parlamentares.

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