Forças policiais atuarão com apoio federal na operação conjunta no Complexo da Maré, no Rio de Janeiro

Segundo o governador Cláudio Castro, serão utilizados drones com sistema de inteligência artificial de reconhecimento facial e de placas, além de 50 viaturas, 12 blindados, três aeronaves, cinco ambulâncias e a unidade de demolição da Polícia Militar. O objetivo é que essa operação ocorra com muita inteligência, tecnologia e investigação.
Na segunda-feira, o governador se reuniu com o ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, que disponibilizou 570 agentes – 300 da Força Nacional e 270 da Polícia Rodoviária Federal –, 50 viaturas e 22 blindados. Além disso, foram destinados R$ 95 milhões para presídios de segurança máxima no estado do Rio.
No encontro, ficou decidido que as forças federais irão trabalhar em apoio às forças estaduais, não se restringindo apenas à Maré. O objetivo é realizar um trabalho de investigação mais amplo, bloquear recursos financeiros, combater a entrada de armas e drogas no Rio, prender os líderes das facções criminosas e enviá-los para presídios federais. O governador destacou que essa é uma ação mais completa e complexa do que as realizadas anteriormente.
Essa ação conjunta entre a Força Nacional e as autoridades fluminenses faz parte do apoio emergencial instaurado pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública. Esse apoio inclui a liberação de R$ 20 milhões do Fundo Nacional de Segurança Pública para o governo da Bahia adquirir equipamentos e viaturas, além de custear despesas dos órgãos de segurança pública e defesa.
No entanto, o Ministério Público Federal questionou a operação e enviou um ofício solicitando informações sobre o apoio federal que será prestado. A Procuradoria Regional dos Direitos do Cidadão no Rio de Janeiro pede que o ministério informe se as ações obedecerão aos comandos da Corte Interamericana de Direitos Humanos e do Supremo Tribunal Federal.
Esses comandos incluem a determinação do STF do uso de câmeras, a obrigatoriedade de elaboração de protocolos de atuação policial públicos e transparentes, garantia das atividades da comunidade escolar e prestação de serviços médicos aos feridos em decorrência da atuação dos agentes de segurança.
É importante ressaltar que, de acordo com o Instituto de Segurança Pública, em 2022, 1.327 pessoas morreram em ações das forças de segurança do Rio, o que representa cerca de 30% de todas as mortes violentas registradas no estado. Além disso, nos últimos sete anos, as ações e operações policiais foram responsáveis pela morte de 112 crianças e adolescentes, além de deixar 174 feridos.
Essa operação no Complexo da Maré demonstra a necessidade de um trabalho conjunto entre as forças de segurança para combater a criminalidade e preservar a vida dos cidadãos. Espera-se que, com o uso de tecnologia e inteligência, seja possível reduzir a violência e garantir a segurança da população.