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Ministro do STF suspende julgamento e evita quebra de sigilo de buscas sobre a vereadora Marielle Franco.

O Supremo Tribunal Federal (STF) teve o julgamento de um recurso do Google interrompido pelo ministro Alexandre de Moraes. O pedido de vista suspendeu o caso, que tem como objetivo evitar a quebra de sigilo de pessoas que realizaram buscas sobre a vereadora Marielle Franco, assassinada em 2018.

O processo começou a ser analisado na última semana, por meio do plenário virtual da Corte. Até o momento da suspensão, a única ministra que proferiu voto foi Rosa Weber, relatora do caso.

O Google recorreu ao STF depois de uma determinação judicial que exigia a identificação dos dados de um grupo de pessoas que pesquisaram informações sobre a vereadora nos dias anteriores ao seu assassinato. Essa medida faz parte da investigação que busca responsabilizar os mandantes do crime.

Ao analisar a questão, a ministra Rosa Weber, antes de se aposentar, ressaltou a importância da investigação, mas destacou que a quebra de sigilo indiscriminada é desproporcional e pode afetar até mesmo usuários comuns que buscaram informações sobre a morte da vereadora devido à ampla repercussão no meio jornalístico.

A ministra argumentou que “um número gigantesco de usuários não envolvidos em qualquer atividade ilícita, segundo a decisão questionada, teria seus sigilos violados, o que demonstra uma invasão indevida e uma completa falta de proporcionalidade devido ao excesso da medida”.

Não foi estabelecido um prazo para a retomada do julgamento, que agora está suspenso devido ao pedido de vista realizado pelo ministro Alexandre de Moraes.

Esse caso traz à tona uma discussão importante sobre a privacidade online e a necessidade de equilíbrio entre a investigação de crimes e a proteção dos direitos individuais. A decisão que será tomada pelo STF terá impacto não apenas nesse caso específico, mas também poderá estabelecer precedentes sobre a quebra de sigilo em situações similares no futuro.

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