Diplomata brasileiro é indicado para a embaixada na República Dominicana visando impulsionar setor agroexportador
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Vieira elogiou o plano do Itamaraty de promover mais exportações nos setores siderúrgicos, de veículos, máquinas e equipamentos, material de construção, entre outros, assim como identificar, através de estudos de mercado, outras possibilidades.
“O Itamaraty também busca consolidar ainda mais o suprimento regular de carnes, além das aves, ao mercado dominicano, tendo em conta as vantagens das exportações brasileiras, em qualidade e preço, em relação aos atuais fornecedores externos”, pontuou Amin, lendo o relatório de Vieira.
Amin, além de Hamilton Mourão (Republicanos-RS) e Margareth Buzetti (PSD-MT), reforçaram que o incremento ainda maior das exportações do agro para a República Dominicana tende a favorecer as regiões sul e centro-oeste brasileiras, que já são grandes produtores e exportadores.
Crescimento
Na sabatina, Perez destacou que a República Dominicana é hoje a maior economia da América Central e do Caribe:
“O país tem um projeto de desenvolvimento que apresenta bons resultados, mas que ainda busca corresponder a certas expectativas na área social. Nas últimas três décadas, a economia dominicana cresceu em média acima de 5% ao ano. O elevado crescimento tem produzido um aumento sustentável nos níveis de emprego.”
Perez também chama atenção para o boom turístico pelo qual a nação caribenha passa nas últimas décadas. Em 2022 por exemplo, a República Dominicana recebeu 7,2 milhões de turistas estrangeiros, mais do que o Brasil, e deve chegar a 9 milhões em 2023. Só em 2022, o setor de hotéis, bares e restaurantes cresceu 24% devido ao aumento do turismo após a campanha de vacinação contra a covid-19.
Outro dado apresentado é que a República Dominicana é o maior receptor de investimentos estrangeiros na região. Em 2022, o país alcançou um recorde de investimento estrangeiro direto (IED), chegando a US$ 4 bilhões, o equivalente a 35% dos fluxos de IED para a América Central. O setor de turismo foi o principal atrativo.
“E as projeções de crescimento após 2023 são otimistas, superando 5%, devido às reformas estruturais em energia, inclusive com aporte do Banco Mundial, e em água, além das parcerias público-privadas. Também há esforços para melhorar o capital humano e atrair mais investimento estrangeiro, sustentando o potencial de crescimento no médio prazo”, acrescenta Perez.
O diplomata chamou atenção, no entanto, para riscos à República Dominicana no cenário externo. Os maiores perigos advêm da guerra entre a Rússia e a Ucrânia, em razão do seu caráter inflacionário, principalmente porque o país importa petróleo, gás natural e cereais.
População pobre
Mesmo com o avanço econômico, o material trazido pelo Itamaraty à CRE lembra que a República Dominicana ainda apresenta um quadro de elevada pobreza, pois é um país profundamente desigual. É o 4º país mais pobre no Caribe, ficando à frente apenas de Dominica, Jamaica e Haiti. O país ainda enfrenta carências típicas de nações em desenvolvimento: elevados níveis de pobreza e desigualdade, infraestrutura social precária, degradação ambiental e baixos indicadores de saúde e educação. E a pandemia contribuiu para agravar a situação devido a seu impacto no turismo, um dos maiores geradores de empregos no país.
A indicação de Carlos Luís Perez seguiu para análise pelo Plenário do Senado.