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Projeção do Banco Central indica melhora no saldo das contas externas do Brasil, reduzindo déficit para US$ 36 bilhões.

O Banco Central divulgou hoje a projeção atualizada para o saldo das contas externas do Brasil. Segundo o Relatório de Inflação, a previsão de déficit para as transações correntes foi revisada de US$ 45 bilhões para US$ 36 bilhões. Esse indicador representa as compras e vendas de mercadorias e serviços, bem como as transferências de renda entre o Brasil e outros países.

A melhora na projeção se deve, principalmente, ao aumento no saldo comercial. A previsão para o saldo comercial passou de R$ 54 bilhões para R$ 68 bilhões, impulsionada pelo aumento das exportações, que devem atingir US$ 341 bilhões, e pela redução das importações, estimadas em US$ 273 bilhões. O aumento nas exportações é resultado do maior volume embarcado de produtos básicos, como petróleo e minério de ferro, e também da safra recorde de commodities agrícolas, como soja e milho. Já a redução das importações é reflexo do recuo nos preços de bens intermediários e bens de consumo duráveis, além da desaceleração na recuperação de bens intermediários.

No entanto, a projeção para a conta de serviços se manteve em déficit de US$ 36 bilhões, abaixo do registrado em 2022. Isso se deve ao aumento dos gastos com outros serviços, como aluguel de equipamentos, compensando a redução nos déficits das subcontas de transporte e viagens. Além disso, as despesas com jogos e apostas também contribuíram para o aumento do déficit nessa conta.

Outro ponto destacado no relatório é a projeção de déficit na conta de renda primária, que foi revisada para cima. Isso se deve às maiores despesas líquidas com juros e lucros e dividendos, que devem igualar a marca do ano anterior, a maior em 10 anos. Essa conta é tipicamente deficitária, uma vez que há mais investimentos de estrangeiros no Brasil do que de brasileiros no exterior.

No que diz respeito ao investimento estrangeiro, a projeção para o Investimento Direto no País (IDP) em 2023 foi reduzida de US$ 75 bilhões para US$ 65 bilhões. Isso se deve ao fato de que, apesar do início do ano forte, os dados mais recentes incorporados à projeção ficaram abaixo do esperado. No entanto, é esperada uma redução nas amortizações de empréstimos intercompanhia, o que pode ter sido favorecido pelas receitas do comércio internacional de bens no primeiro semestre.

O BC também apresentou a projeção para as contas externas em 2024 pela primeira vez. A previsão é de um déficit de US$ 37 bilhões, com uma redução correspondente no déficit em transações correntes, compensada por um aumento no déficit de serviços. O IDP deve atingir US$ 75 bilhões, equivalente a 3,2% do PIB, convergindo para um patamar compatível com o pré-pandemia.

Em resumo, a projeção do Banco Central para as contas externas do Brasil apresentou uma melhora, principalmente devido ao aumento no saldo comercial. No entanto, é importante destacar que as projeções estão sujeitas a incertezas e podem ser impactadas por diversos fatores, como a evolução da pandemia e as condições econômicas internacionais.

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