CPMI do 8 de Janeiro convoca ex-ministro Augusto Heleno para prestar depoimento sobre envolvimento em tentativa de golpe.

A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do 8 de Janeiro tem uma importante reunião marcada para a próxima terça-feira (26) às 9h. O objetivo principal dessa reunião é ouvir o general Augusto Heleno, ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) do governo de Jair Bolsonaro. A relatora da comissão, a senadora Eliziane Gama (PSD-MA), ressalta em seu requerimento de convocação (REQ 839/2023) que as informações fornecidas pelo general serão de extrema importância para o andamento dos trabalhos da comissão.
A senadora Ana Paula Lobato (PSB-MA), autora de um dos requerimentos de convocação (REQ 272/2023), argumenta que o depoimento do ex-ministro do GSI é essencial para o desenvolvimento da fase instrutória e, claro, para o futuro desenrolar das investigações. Segundo ela, é necessário que o general esclareça seu envolvimento, direto ou indireto, em fatos que possuam relação com a tentativa de golpe ocorrida em 8 de janeiro de 2023.
Além disso, os deputados Rubens Pereira Júnior (PT-MA) e Rogério Correia (PT-MG) também apresentaram um requerimento de convocação do ex-ministro do GSI (REQ 223/2023). Eles mencionam uma apuração realizada pela Agência Pública que revelou que, entre os dias 1º de novembro e 31 de dezembro de 2022, o GSI, então chefiado pelo general Augusto Heleno, recebeu várias pessoas envolvidas nos atos, incluindo “um dos golpistas presos em flagrante após a invasão às sedes dos Três Poderes”.
Outros políticos que também apresentaram requerimentos para a convocação do general são: os senadores Izalci Lucas (PSDB-DF), Eduardo Girão (Novo-CE) e Fabiano Contarato (PT-ES), e os deputados Rafael Brito (MDB-AL), Carlos Sampaio (PSDB-SP), Duarte Jr. (PSB-MA), Duda Salabert (PDT-MG), Erika Hilton (PSOL-SP) e Pastor Henrique Vieira (PSOL-RJ). Todos eles demonstram interesse em ouvir o depoimento do general, provavelmente devido às possíveis informações que ele pode fornecer sobre os acontecimentos relacionados à tentativa de golpe em 8 de janeiro.
O presidente da CPMI, deputado Arthur Maia (União-BA), confirmou que a reunião terá uma parte deliberativa. Ele afirmou que existe a intenção de votar os requerimentos de convocação em bloco, com base em um possível acordo. No entanto, o deputado negou que entre os requerimentos esteja o de convocação do ex-presidente Jair Bolsonaro. Maia admitiu que é difícil ouvir todos aqueles que a base do governo e a oposição desejam convocar e ressaltou que será necessário fazer uma seleção, possivelmente de seis requerimentos, para serem votados na reunião de terça-feira.
Eliziane Gama considerou “lamentável” se a acareação proposta por ela, entre o ex-presidente Bolsonaro e seu ex-ajudante de ordens Mauro Cid, não for aprovada. A relatora reconheceu que a decisão sobre a votação dos requerimentos é uma prerrogativa do presidente Arthur Maia e afirmou que a CPMI está atenta a novas denúncias e possibilidades de delação. Segundo ela, a comissão pode pedir o indiciamento de algumas pessoas, mesmo que elas não compareçam à comissão.
Essa reunião da CPMI promete ser um momento crucial para o avanço das investigações sobre a tentativa de golpe em 8 de janeiro. Com a presença do general Augusto Heleno, espera-se que informações importantes sejam reveladas, fornecendo elementos fundamentais para o desenrolar das investigações. A sociedade aguarda ansiosamente os desdobramentos dessa reunião, que promete ser um marco no combate à ruptura democrática.