DestaqueUOL

Supremo Tribunal Federal retoma julgamento sobre marco temporal e pode afetar 63% das reservas indígenas

nas regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste do Brasil.

O tema em questão é de extrema importância para a preservação e garantia dos direitos dos povos indígenas. O marco temporal consiste na ideia de que os indígenas somente teriam direito às terras que estivessem em sua posse no dia 5 de outubro de 1988, data da promulgação da Constituição Federal. Essa interpretação é contestada por diversas organizações indígenas e setores da sociedade civil, que alegam que ela viola a Constituição e prejudica os povos originários.

O processo que está em discussão no STF é a chamada “Tese do Marco Temporal”, que foi proposta pelo ministro do STF (Supremo Tribunal Federal), Nunes Marques, e pode ter um impacto significativo sobre os direitos indígenas. Os votos contrários ao marco temporal até o momento são dos ministros Edson Fachin, Rosa Weber, Alexandre de Moraes e Luís Roberto Barroso. Já os favoráveis são Nunes Marques e Carmen Lúcia.

Caso a maioria dos ministros opte por validar a tese do marco temporal, isso poderia abrir precedentes perigosos para a diminuição das terras indígenas. Segundo dados do Instituto Socioambiental (ISA), 63% das terras demarcadas estariam em risco, principalmente aquelas localizadas nas regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste do país. Isso representaria um retrocesso significativo na luta pelos direitos dos povos indígenas, que já sofrem com a invasão de suas terras e a violação de seus direitos há séculos.

As organizações indígenas e movimentos sociais têm se mobilizado para pressionar os ministros do STF a votarem contra a tese do marco temporal. Manifestações e atos públicos têm ocorrido em todo o país, com o objetivo de chamar atenção para a gravidade do assunto e sensibilizar a opinião pública sobre a importância da demarcação e proteção das terras indígenas.

Diante desse cenário, a expectativa em relação ao resultado do julgamento é grande. O STF tem o papel de garantir a aplicação da Constituição Federal e proteger os direitos fundamentais dos cidadãos brasileiros, inclusive dos povos indígenas. Espera-se que os ministros façam valer os princípios constitucionais e decidam em favor da garantia dos direitos territoriais dos povos originários, evitando assim um retrocesso histórico e preservando a diversidade e a cultura indígena no país.

Artigos relacionados

Botão Voltar ao topo