Agência BrasilDestaque

Ministério da Justiça autoriza envio da Força Nacional de Segurança à Terra Indígena Ituna-Itatá no Pará para combate à grilagem de terras

O Ministério da Justiça e Segurança Pública anunciou na última terça-feira (19) uma medida para combater a grilagem de terras e o desmatamento ilegal no estado do Pará. Foi autorizado o envio da Força Nacional de Segurança Pública para atuar na Terra Indígena (TI) Ituna-Itatá, localizada no município de Senador José Porfírio. A operação, chamada Eraha Tapiro, terá duração de 90 dias.

A TI Ituna-Itatá é uma das mais afetadas pelo desmatamento ilegal no país. Entre os anos de 2011 e 2021, foi a terceira região indígena mais desmatada, alcançando o maior índice de desmatamento em 2019. Desde 2011, o acesso à terra foi restringido para permitir estudos sobre a localização de indígenas isolados no interflúvio Xingu-Bacajá. No entanto, desde 2016 os estudos foram suspensos, o que contribuiu para o aumento dos conflitos na região.

A operação Eraha Tapiro teve início na última sexta-feira (15) e tem como objetivo remover os rebanhos ilegais que invadiram as terras indígenas. Essa ação está sendo realizada em cumprimento a uma decisão judicial expedida pela 1ª Vara de Altamira. A Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai) destaca que a ação busca coibir a atuação de grupos envolvidos na grilagem de terras e no desmatamento ilegal para a criação de gado.

O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Renováveis (Ibama) informou que a equipe que atua na região tem sido hostilizada pelos invasores, que ameaçam a população local e danificam bens públicos, como pontes, com o intuito de dificultar a identificação dos responsáveis pelos crimes. Além da TI Ituna-Itatá, os rebanhos ilegais também foram encontrados em terras indígenas vizinhas, como a TI Koatinemo, do povo Asurini, e a TI Trincheira Bacajá, do povo Xikrin.

Os animais retirados das terras indígenas serão doados para programas sociais do estado do Pará. A operação Eraha Tapiro conta com o apoio da Polícia Federal e Polícia Rodoviária Federal, e permanecerá ativa até que todo o gado seja retirado das terras indígenas e os crimes ambientais na região sejam desmobilizados.

O nome da operação, Eraha Tapiro, faz referência ao termo “levar boi” na língua Assurini do Xingu, conforme explicação da Funai. A medida adotada pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública é um importante passo no combate à grilagem de terras e ao desmatamento ilegal, visando garantir a proteção dos povos indígenas e a preservação ambiental na região do Pará.

Artigos relacionados

Botão Voltar ao topo