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Projeto de regulamentação das apostas esportivas é encaminhado ao Senado em busca de reforçar arrecadação do governo.

Nos próximos dias, um projeto que regulamenta as apostas esportivas por meio de quota fixa, conhecidas como “bets”, chegará ao Senado Federal. Esta iniciativa, chamada Projeto de Lei 3626/23, foi aprovada pela Câmara nesta semana e faz parte de um cronograma de medidas para reforçar a arrecadação do governo e combater o déficit público.

O presidente do Senado Federal, Rodrigo Pacheco, afirmou que, ao chegar no Senado, o projeto será encaminhado para as comissões adequadas. Ele ressaltou a importância de projetos estruturantes para a arrecadação e para a sustentação do regime fiscal.

Esse projeto foi apresentado em julho, juntamente com a MP 1.182/2023. Enquanto o primeiro trata da estrutura e dos processos administrativos para fiscalização desse mercado de apostas esportivas, a medida provisória se concentra na regulamentação das “bets”. Como a comissão para analisar a medida provisória ainda não foi instalada, seu conteúdo foi incorporado ao projeto aprovado pela Câmara, por meio de um substitutivo do relator, deputado Adolfo Viana (PSDB-BA).

Segundo o governo, essas propostas têm como objetivo estabelecer regras claras para o mercado de apostas por quota fixa, criado pela Lei nº 13.756/2018, preenchendo uma lacuna de regulamentação desde sua criação. Os ministérios da Fazenda e do Esporte são coautores das propostas dos textos da MP e do projeto.

O ministro chefe da Secretaria de Relações Institucionais, Alexandre Padilha, afirmou que esse projeto visa legalizar e regularizar uma atividade econômica em crescimento no Brasil e no mundo. Ele considera importante a regularização dessa atividade econômica e aproveitar parte desses recursos para investir no esporte, turismo e na Seguridade Social. Padilha considera a aprovação do projeto uma vitória do governo.

Esse projeto estabelece que as empresas que operam as apostas ficarão com 82% do faturamento bruto, enquanto a lei atual prevê que elas fiquem com 95%. Os 18% restantes serão destinados para educação, esporte, turismo, seguridade social e Fundo Nacional de Segurança Pública.

A outorga para o setor será onerosa, com o pagamento máximo de R$ 30 milhões pela autorização, a ser concedida para as empresas que preencherem os requisitos. A autorização terá caráter personalíssimo, inegociável e intransferível, podendo ser por até três anos, a critério do Ministério da Fazenda.

Uma das principais preocupações dos críticos da regulamentação é a propaganda dessas empresas. Vários parlamentares apresentaram emendas para restringir ou até mesmo proibir a propaganda das “bets”. O senador Eduardo Girão apresentou emendas para proibir a propaganda dessas empresas em meios de comunicação de massa e patrocínio a equipes e atletas. Ele também queria proibir as empresas de fornecer descontos ou bônus para incentivar a primeira aposta.

No entanto, o texto aprovado proíbe a propaganda comercial de empresas sem autorização para explorar a loteria, veicular afirmações infundadas sobre as probabilidades de ganhar ou sobre possíveis ganhos, apresentar a aposta como socialmente atraente ou conter afirmações de personalidades conhecidas sugerindo contribuição do jogo para o êxito pessoal ou social. Essas peças publicitárias também não podem sugerir que a aposta seja uma alternativa ao emprego, solução financeira, fonte de renda adicional ou forma de investimento financeiro.

O senador Girão considera o texto pernicioso e prometeu se empenhar pela rejeição do projeto. Ele destacou o lobby poderoso por trás das apostas esportivas e sua preocupação com a influência negativa que pode ter, especialmente nas pessoas que são apaixonadas por futebol.

Os próximos passos serão a tramitação do projeto nas comissões do Senado e a análise de todos os colegas senadores. O senador Girão espera pela rejeição do projeto e destaca a importância de se ter serenidade e responsabilidade com o Brasil e com os brasileiros.

Portanto, o projeto que regulamenta as apostas esportivas por quota fixa (bets) está prestes a chegar ao Senado Federal para análise e votação. Essa medida faz parte das iniciativas para reforçar a arrecadação do governo e combater o déficit público. Agora cabe aos senadores avaliar o projeto, considerando suas diversas regras e as preocupações levantadas sobre a propaganda e o impacto social desse tipo de aposta.

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