As negociações entre Boulos e Guimarães iniciaram-se há meses, antes de ambos oficializarem o acordo. Atualmente, Guimarães será contratado pelo PSOL para trabalhar na pré-campanha, sendo uma de suas primeiras tarefas produzir spots de TV que serão veiculados nos próximos dias, nos quais Boulos será o protagonista. Além disso, será criado um site para recolher sugestões e avaliações da população sobre a administração de Ricardo Nunes (MDB).
“Agora o Boulos começa um processo construtivo de ouvir a cidade, para um plano de governo que atenda aos anseios da população”, afirma Guimarães. A campanha do PSOL prevê que surgirão críticas ao trabalho de Nunes, especialmente em áreas como cracolândia, moradores de rua, saúde e zeladoria urbana. No entanto, a estratégia de Boulos não será atacar a atual gestão, mas sim ouvir as demandas dos cidadãos.
A campanha ainda está em fase de estruturação, mas já se sabe que terá um viés nacionalizado. Boulos pretende alinhar sua imagem à do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), enquanto Nunes estará associado a Jair Bolsonaro (PL). No entanto, é importante ressaltar que Lula enfrenta alta rejeição na cidade, de acordo com pesquisa do Datafolha.
Outro ponto que a campanha de Boulos terá que lidar é a imagem de invasor e radical atribuída a ele por Nunes e seus aliados. No entanto, os aliados do deputado estão prontos para desmentir essa narrativa, chamando-a de “fake news”. A contratação de Guimarães, que trabalhou com Doria, também pode gerar críticas na esquerda e em alas do PSOL. Para combater essa possível objeção, será destacado o fato de que Guimarães foi responsável pela vitória de Doria no primeiro turno, algo inédito na história política do município.
Antes de Boulos, Nunes também contratou um marqueteiro para sua campanha, Duda Lima, que foi responsável pela campanha de Bolsonaro no ano passado. Boulos elogiou a contratação de Lima, destacando-a como uma das poucas coisas positivas feitas por Nunes.
