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Cabo Marcela Pinno relata organização e violência dos manifestantes durante atos de vandalismo na Esplanada dos Ministérios

A cabo Marcela Pinno, integrante da Polícia Militar do Distrito Federal, prestou depoimento nesta terça-feira (12) à Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) sobre os atos de vandalismo ocorridos na Esplanada dos Ministérios no dia 8 de janeiro. Durante seu depoimento, a policial afirmou que os manifestantes da linha de frente pareciam estar organizados, agindo de forma coordenada e utilizando equipamentos de proteção.

Marcela Pinno destacou que não percebeu leniência por parte dos outros policiais durante a tentativa de conter os manifestantes. O presidente da CPMI, deputado Arthur Oliveira Maia, comparou a atuação da cabo à da heroína Maria Quitéria, da Bahia, ressaltando que outros militares “nos envergonharam”.

A policial, que faz parte da PMDF desde 2019, afirmou que a violência observada neste episódio foi diferente de outras manifestações em que participou. Ela ressaltou a disposição dos manifestantes em atentar contra a vida dos policiais. Durante os confrontos, Marcela Pinno foi agredida com barras de ferro e de madeira, chegando a ser atingida na cabeça.

Mesmo ferida, a cabo permaneceu na Esplanada dos Ministérios até às 1h do dia seguinte. Ela também respondeu aos questionamentos dos parlamentares, informando que a Força Nacional atuou junto com a PM para conter os ataques à Praça dos Três Poderes, mas essa intervenção ocorreu após os momentos mais violentos.

A atuação de Marcela Pinno recebeu elogios de deputados e senadores de diversos partidos. O deputado Duarte Jr. (PSB-MA) expressou sua gratidão à policial, destacando sua coragem e eficiência. Já parlamentares da oposição, como Filipe Barros (PL-PR), protestaram contra a culpa atribuída exclusivamente à PM do Distrito Federal e questionaram a atuação da Força Nacional.

Um outro depoimento programado para a mesma reunião da CPMI não pôde ser realizado devido a uma liminar concedida pelo ministro Nunes Marques, do Supremo Tribunal Federal (STF). Diante dessa decisão, o presidente da comissão, deputado Arthur Oliveira Maia, considerou que houve falta de equilíbrio entre os poderes e recorreu da liminar.

Os ataques ocorridos em 8 de janeiro resultaram na prisão de centenas de pessoas e geraram repúdio por parte das autoridades. O presidente da Câmara, Arthur Lira, condenou o vandalismo, e os presidentes dos Três Poderes divulgaram uma nota em defesa da democracia brasileira. Posteriormente, o Congresso criou a CPMI para investigar os atos de ação e omissão nesse episódio. O colegiado é composto por 16 senadores e 16 deputados.

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