
Enquanto isso, o presidente russo Vladimir Putin e o líder chinês Xi Jinping decidiram não participar da cúpula. Essas ausências dão ao presidente Biden a oportunidade de ter um papel central nas discussões. A América Latina estará representada pelo presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, e pelo argentino Alberto Fernández.
Lula chegou à Índia no final desta sexta-feira (08/09). Sua agenda inclui reuniões bilaterais com os presidentes da França, Emmanuel Macron, e da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, entre outros. O combate à pobreza, as mudanças climáticas e a reforma na governança global, incluindo instituições como o Conselho de Segurança da ONU, estão entre as principais preocupações do presidente brasileiro.
As divergências entre os governantes do G20 em relação a temas importantes, como a invasão russa na Ucrânia, a meta de abandonar gradualmente os combustíveis fósseis e a reestruturação da dívida mundial, tornam a elaboração de uma declaração final para o evento de domingo (10/09) mais desafiadora.
A agenda do presidente Biden na Índia começou com uma reunião bilateral com o primeiro-ministro Modi. Ambos discutiram questões de cooperação em defesa, energias renováveis e direitos humanos. Biden reafirmou seu apoio ao acesso da Índia a uma vaga permanente no Conselho de Segurança da ONU, caso a instituição passe por uma reforma.
Os Estados Unidos buscam fortalecer os laços com a Índia em meio à disputa com a China, enquanto a Índia busca consolidar sua liderança regional e internacional. Essa aproximação ocorre em um momento em que a geopolítica mundial está em constante movimentação, com a guerra na Ucrânia e a China expandindo sua influência global.
A Rússia será representada pelo ministro das Relações Exteriores, Serguei Lavrov, e a delegação chinesa será liderada pelo primeiro-ministro Li Qiang.
O secretário-geral da ONU, António Guterres, alertou nesta sexta-feira sobre a crescente polarização global, afirmando que o mundo parece uma família “disfuncional”. Guterres ressaltou que as divisões, tensões e perda de confiança podem levar à fragmentação e, por fim, ao confronto.
O presidente Biden espera usar a cúpula para mostrar que o G20 continua sendo o principal fórum de cooperação econômica mundial, apesar das divergências. A secretária do Tesouro dos Estados Unidos, Janet Yellen, destacou que o governo americano está monitorando cuidadosamente os desafios econômicos da China, como o consumo interno frágil, o endividamento do setor imobiliário e os desafios demográficos. Ela reconhece o risco dessa situação para o crescimento global, mas afirma que, no geral, a economia mundial tem se mostrado resiliente, apontando a guerra russa na Ucrânia como a influência negativa mais significativa.