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Ecoativistas protestam contra emissões de carbono da Ryanair em Bruxelas
No último dia 7, ecoativistas realizaram um protesto marcante em Bruxelas contra as emissões de carbono da Ryanair, considerada a companhia aérea mais movimentada da Europa. Durante a manifestação, duas mulheres acertaram tortas no rosto do chefe da empresa, Michael O’Leary, em frente à sede da União Europeia.
Em meio a gritos de “Bem-vindo à Bélgica”, a primeira manifestante, vestida de preto, jogou uma torta no rosto de O’Leary, enquanto a segunda atingiu a parte de trás de sua cabeça e sujou seu terno com creme. As ativistas não se identificaram nem informaram se estavam representando alguma organização específica, mas a ação tinha o objetivo de chamar a atenção para a poluição causada pela companhia aérea.
No momento do incidente, o empresário estava colocando na calçada um pedaço de papelão com a imagem da presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen. O objetivo era entregar uma petição com 1,5 milhão de assinaturas, que pedia permissão para voos no espaço aéreo francês durante greves de controle de tráfego no país.
A Ryanair, conhecida por ser uma companhia aérea de baixo custo, transportava 20% mais passageiros do que antes da pandemia de Covid-19, que afetou gravemente o setor. No entanto, em abril de 2020, a empresa ameaçou paralisar suas operações quando os governos discutiam sobre a necessidade de deixar as poltronas do meio vazias como medida de prevenção contra o coronavírus. O’Leary chegou a comentar na época que a ideia de deixar o assento do meio desocupado era “idiotice”.
De acordo com a Transport & Environment (T&E), a Ryanair emitiu 13,3 milhões de toneladas de CO2 no ano passado, o que a torna a companhia aérea mais poluente da Europa. Roman Mauroschat, responsável por políticas de aviação da organização, criticou a empresa e afirmou que as companhias aéreas devem investir em combustíveis verdes e aeronaves limpas.
Em contrapartida, a Ryanair argumenta ser uma das empresas aéreas mais eficientes do mundo devido à alta ocupação de suas aeronaves e à baixa taxa de assentos vazios. A empresa planeja ter 12,5% de seus voos utilizando combustível de aviação sustentável até 2030.
O’Leary, CEO do grupo, fez uma brincadeira sobre o protesto em uma entrevista coletiva, afirmando: “Minha única reclamação foi que o creme era artificial e não saboroso”.