Segundo informações da Polícia Civil, a perícia não pôde ser realizada nos dias anteriores devido ao cenário complicado da região. A suspeita é que o tiro que tirou a vida de Eloáh tenha vindo de policiais militares que estavam no local durante uma abordagem a dois homens em uma moto, iniciando um confronto que acabou atingindo a criança. O material coletado será analisado e comparado com a munição utilizada pelos agentes.
Ainda não há evidências concretas de onde exatamente partiu o disparo que matou Eloáh, e essa é uma das questões que estão sendo investigadas pelas autoridades competentes.
Eloáh faleceu no último sábado (12) ao ser atingida por uma bala perdida durante uma operação da Polícia Militar na comunidade do Dendê. Além da criança, um jovem de 17 anos também perdeu a vida no incidente.
Revoltados com a morte da criança, moradores da região realizaram protestos e incendiaram dois ônibus no bairro. O Corpo de Bombeiros foi acionado para controlar as chamas.
Em nota oficial, a Polícia Militar afirmou ter recebido informações sobre uma criança baleada no interior da comunidade do Dendê, sendo que a vítima foi socorrida por familiares. Segundo relatos de testemunhas, a criança teria sido atingida dentro de sua própria residência. A PM ressaltou que não havia nenhuma operação policial em andamento na comunidade no momento do ocorrido.
A corporação informou que um procedimento investigativo foi instaurado para apurar os fatos e a corregedoria acompanhará de perto o desenrolar das investigações. As imagens das câmeras corporais dos policiais envolvidos serão disponibilizadas para auxiliar nas averiguações.
Apesar dos esforços médicos, Eloáh já chegou sem vida ao Hospital Municipal Evandro Freire, de acordo com a Secretaria Municipal de Saúde.
A Polícia Militar alega que abordou dois homens em uma moto, sendo que o passageiro estaria armado e teria disparado contra a equipe, resultando em um confronto. O motorista da moto foi preso.
A Secretaria de Estado de Polícia Militar afirmou que o comandante do 17° Batalhão de Polícia Militar, responsável pela área da Ilha do Governador, foi afastado de suas funções administrativas para garantir uma investigação imparcial dos fatos.
A ONG Rio de Paz, através de suas redes sociais, compartilhou informações preocupantes sobre o número de crianças e adolescentes que perdem a vida devido ao uso de armas de fogo. Com o caso de Eloáh, o número de mortes de crianças e adolescentes por disparos de arma de fogo chega a 101, sendo a maioria decorrente de balas perdidas, desde o início desse monitoramento em 2007.
A situação levanta questionamentos sobre a preparação e treinamento dos policiais responsáveis por garantir a segurança da população, bem como a necessidade de políticas eficazes para combater a violência armada e proteger a vida de todas as crianças e jovens do Rio de Janeiro.
