
Na última quarta-feira, 28, a Polícia Federal deflagrou a Operação Concierge, que revelou indícios de um suposto laranja da fintech T10 Bank que teria recebido auxílio emergencial em 2020, período crítico da pandemia de covid-19. Um relatório enviado à Justiça Federal de Campinas, no interior de São Paulo, expôs a situação.
A T10 Bank, que foi apontada como instrumento para a lavagem de dinheiro e ocultação de patrimônio do Primeiro Comando da Capital (PCC), foi fundada em maio de 2020 por Antonio Tadeu Lerach. Segundo a investigação da Polícia Federal, apesar de ser sócio de diversas empresas e ter investido inicialmente 1 milhão de reais na T10 Bank, Lerach estaria recebendo benefícios de programas sociais do governo destinados a pessoas vulneráveis.
Lerach foi removido da sociedade em fevereiro de 2021 para dar lugar a outros membros, e a mudança repentina levantou suspeitas sobre o seu real envolvimento com a empresa. A PF solicitou Relatórios de Inteligência Financeira ao COAF e identificou comunicações atípicas, levando à quebra do sigilo fiscal e bancário dos envolvidos.
O relatório aponta Lerach como testa de ferro da organização criminosa e laranja em diversas empresas ligadas ao T10 Bank. A investigação revela discrepâncias nos rendimentos informados por Lerach em suas declarações de Imposto de Renda, levantando mais dúvidas sobre sua relação com a fintech.
A Operação Concierge tem como alvo empresas que facilitam a criação de contas invisíveis para fugir do controle das autoridades, sendo o PCC um dos clientes identificados. A fintech I9Pay também está sob investigação. As instituições financeiras Bonsucesso e Rendimento, que hospedaram as empresas, afirmam cooperar com as investigações.
A Inove Global Group nega qualquer ligação com os fatos mencionados e se mostra disposta a colaborar com as autoridades. O BS2 e o Banco Rendimento também afirmam cooperar com as investigações e respeitar as regulamentações vigentes em relação aos serviços prestados para o T10 Bank.