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Influência da Amazônia nas chuvas é contestada por professor em audiência da CPI das ONGs

Na última terça-feira (5), a CPI das ONGs realizou uma audiência com o professor Luiz Carlos Molion, da Universidade Federal de Alagoas, para discutir a influência da Amazônia no regime de chuvas e no clima da América do Sul e do planeta. Segundo o professor, a hipótese de desmatar toda a Amazônia não afetaria o clima global, pois a fonte de umidade para regiões fora da Amazônia não é a floresta, mas sim o Oceano Atlântico tropical.

O professor contestou um artigo publicado pelo Vaticano que aponta a Amazônia como responsável pela distribuição das chuvas no continente. Ele afirmou que não há base científica para essa afirmação e que não vem umidade alguma da Amazônia. Molion ressaltou que se a floresta fosse a fonte de umidade, ela teria se transformado em um deserto ao longo dos milhares de anos. Para sustentar seu argumento, o professor, que possui PhD em meteorologia e pós-doutorado em hidrologia de florestas, explicou que fenômenos meteorológicos como o El Niño são os principais causadores das variações climáticas intensas, como as secas no Nordeste e no Sudeste do Brasil.

No que diz respeito ao desmatamento na Amazônia, Molion considera que o problema já foi mais grave no passado. Dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) apontam que em 1995 foram desmatados 30 mil quilômetros quadrados em um ano, enquanto entre 2003 e 2004 foram perdidos outros 25 mil quilômetros quadrados. Atualmente, o desmatamento está em torno de 10 mil quilômetros quadrados, o que seria insuficiente para levar a floresta a um ponto sem volta.

Molion também criticou o mercado de carbono, classificando-o como uma solução para um problema inexistente. Além disso, ele ressaltou que a mídia não dá a mesma ênfase ao desmatamento em países como Canadá, Rússia e Noruega, e destacou a necessidade de um olhar mais crítico e imparcial sobre o assunto.

Durante a audiência, o presidente da CPI das ONGs, senador Plínio Valério, elogiou a palestra do professor Molion, afirmando que ele deu uma verdadeira aula e se contrapôs à hipocrisia global em relação ao clima. O relator da CPI, Marcio Bittar, por sua vez, destacou a influência das ONGs financiadas por países como Inglaterra e Estados Unidos na criação de reservas ambientais, considerando isso uma forma de dominação e colonização político-econômica.

O senador Mauro Carvalho Junior também criticou as ONGs, acusando-as de esconderem interesses comerciais por trás de narrativas sobre preocupação ambiental. Ele ressaltou a importância de não permitir que esses interesses se sobreponham à verdade e interfiram na vida de todos os cidadãos brasileiros e habitantes do planeta.

A audiência mostrou a diversidade de opiniões em relação à influência da Amazônia no clima e destacou a necessidade de um debate mais aprofundado e embasado cientificamente sobre o assunto. Enquanto alguns argumentam que a floresta não é a fonte de umidade para regiões fora da Amazônia, outros defendem a importância da preservação da floresta para a manutenção do equilíbrio climático.

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