
A distribuição de água para os moradores da Região Metropolitana do Rio de Janeiro foi restabelecida na segunda-feira (28), de acordo com a Companhia Estadual de Águas e Esgotos do Rio de Janeiro (Cedae). No entanto, a normalização total do abastecimento deve levar até 72 horas.
O fornecimento de água foi interrompido após uma grande quantidade de espuma ser descoberta na Estação de Tratamento de Água (ETA) do Guandu na manhã de segunda-feira. A ETA é a maior estação de tratamento de água do mundo e atende a cerca de 11 milhões de pessoas.
Após análises laboratoriais e monitoramento, os técnicos da unidade confirmaram que não havia mais risco para a qualidade da água tratada. A Cedae garantiu que a água com surfactante – um composto químico presente em detergente – não foi distribuída para a população. Assim que foi detectada a presença do composto, a captação foi interrompida e a água já presente na estação foi descartada.
A Delegacia de Proteção ao Meio Ambiente (DPMA) realizou uma operação em parceria com o Instituto Estadual do Ambiente (Inea) para investigar o lançamento indevido de surfactante na bacia do Rio Guandu. O conteúdo encontrado é considerado um crime ambiental pelos órgãos responsáveis.
O Comitê da Bacia Hidrográfica da Baía de Guanabara e dos Sistemas Lagunares de Maricá e Jacarepaguá demonstrou preocupação com a paralisação do sistema, que abastece 80% da região metropolitana do Rio de Janeiro. O comitê destacou que mesmo com avanços nos serviços de saneamento, situações como esta ainda podem ocorrer.
A concessionária Rio+Saneamento informou que o abastecimento de água foi interrompido em 21 bairros da Zona Oeste do Rio. Após a regulamentação do sistema, a distribuição será normalizada gradativamente. A Iguá, outra concessionária responsável pelo abastecimento de água, alertou que podem ocorrer intercorrências, como baixa pressão e falta de água, até que a operação esteja totalmente restabelecida.
A população é orientada a utilizar água de forma consciente e adiar tarefas que exijam grande consumo neste período. Caso necessário, a Rio+Saneamento disponibilizará caminhões-pipa para locais emergenciais, como hospitais e clínicas.
O vídeo incluído nesta notícia mostra um caso semelhante de falta de água, mas em Montevidéu, onde as torneiras recebem água salgada. A situação no Rio de Janeiro destaca a importância do tratamento adequado da água para garantir o abastecimento de qualidade para a população.