Brasil e Argentina buscam acordo comercial de U$S 600 mi em exportações.
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Durante a visita do ministro da Economia da Argentina, Sergio Massa, a Brasília, o assunto foi discutido em reuniões com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Na semana passada, durante a Cúpula do Brics, Haddad propôs que a Argentina pagasse as importações do Brasil em moeda chinesa, o yuan, que posteriormente seria convertido em real pelo Banco do Brasil no mercado de câmbio de Londres. No entanto, essa proposta foi descartada com a apresentação do novo mecanismo de garantia.
Segundo o ministro de finanças argentino, a garantia do Banco de Desenvolvimento latino-americano, a CAF, será de US$ 600 milhões, o que também beneficiará as exportações da Argentina para o Brasil. Esse valor é bem superior ao acordado na proposta de compra em yuans sugerida pelo governo brasileiro, que era de apenas R$ 140 milhões. A ajuda da CAF evitará que as reservas da Argentina sejam utilizadas para garantir as exportações, o que é uma vantagem para o país.
Além do novo mecanismo de garantia, os ministros também anunciaram a retomada do acordo bilateral de transporte marítimo entre Brasil e Argentina. Esse acordo estabelece que a movimentação de mercadorias entre os portos dos dois países deve ser feita em navios registrados em uma das nações, impulsionando a Marinha Mercante de ambos os países. Esse acordo estava interrompido desde 2021, mas agora será retomado.
Outra novidade anunciada foi a renovação do acordo entre as cidades de Santo Tomé (Argentina) e São Borja (Brasil). Essas duas cidades na fronteira compartilham uma ponte internacional e representam a principal porta de entrada de produtos comercializados por via terrestre entre os dois países. A renovação desse acordo permitirá que a administração do processo de cruzamento de fronteira e a facilidade logística na aduana sejam mantidas, beneficiando o comércio bilateral.
Em resumo, as medidas anunciadas durante a visita do ministro Sergio Massa têm o objetivo de facilitar o comércio entre Brasil e Argentina, superando as dificuldades causadas pela escassez de dólares e pela crise econômica na Argentina.