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Saldo desfavorável de US$ 3,605 bi nas contas externas registrado em julho preocupa economia nacional.

As contas externas do Brasil apresentaram um saldo negativo de US$ 3,605 bilhões em julho, de acordo com informações divulgadas pelo Banco Central (BC) nesta sexta-feira (25). Esse resultado representa uma melhora em relação ao mesmo mês do ano passado, quando o déficit foi de US$ 5,285 bilhões. O saldo negativo foi influenciado pelo superávit comercial recorde, que aumentou R$ 3,1 bilhões em relação a julho de 2022.

A balança comercial registrou um superávit de US$ 7,233 bilhões no mês passado, o maior para julho desde o início da série histórica do BC em 1995. As exportações de bens totalizaram US$ 29,181 bilhões, uma redução de 3,3% em comparação com julho de 2022. Já as importações somaram US$ 21,948 bilhões, uma queda de 15,7% em relação ao mesmo período do ano passado.

A redução no valor das exportações foi influenciada pela queda dos preços internacionais, enquanto as importações foram afetadas pelo menor volume importado, especialmente na área de fertilizantes devido à guerra entre Rússia e Ucrânia.

No que diz respeito às contas de renda, o pagamento de juros, lucros e dividendos de empresas estrangeiras gerou um déficit de US$ 7,733 bilhões em julho, um aumento de 17,7% em relação ao mesmo mês de 2022. Esse desequilíbrio é comum, já que há mais investimentos de estrangeiros no Brasil do que de brasileiros no exterior. As despesas líquidas com juros aumentaram de US$ 3,008 bilhões para US$ 3,766 bilhões, enquanto os lucros e dividendos associados a investimentos diretos e em carteira geraram um déficit de US$ 3,988 bilhões.

No setor de serviços, a conta de viagens internacionais apresentou uma recuperação gradual em relação à pandemia de Covid-19, mas ainda está abaixo dos níveis anteriores à crise. As receitas de estrangeiros em viagem ao Brasil cresceram 45,8% em relação a julho de 2022, chegando a US$ 567 milhões, enquanto as despesas de brasileiros no exterior aumentaram 31,9% para US$ 1,384 bilhão.

Em relação aos investimentos estrangeiros, os ingressos líquidos em investimentos diretos no país (IDP) totalizaram US$ 4,244 bilhões em julho, o menor resultado desde julho de 2018. O IDP acumulado em 12 meses atingiu US$ 71,663 bilhões, representando 3,54% do PIB.

No geral, o déficit em transações correntes nos últimos 12 meses foi de US$ 51,067 bilhões, que corresponde a 2,52% do PIB. Já no acumulado do ano, o déficit é de US$ 18,174 bilhões.

É importante ressaltar que os dados divulgados são preliminares e estão sujeitos a revisões. A revisão ordinária das estatísticas econômicas oficiais compiladas pelo Departamento de Estatísticas do BC será realizada nos meses de julho e novembro deste ano.

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