Destaque

Registros de estupro batem novo recorde durante a gestão de Tarcísio; queda considerável nos índices de homicídios.

Os registros de estupro no estado de São Paulo atingiram um novo recorde durante os sete primeiros meses da gestão do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos). De janeiro a julho deste ano, foram registrados 8.150 casos, a maior quantidade desde o início da série histórica em 2001. Na capital, o número acumulado foi o segundo mais alto, com 1.713 casos, ficando atrás apenas de 2012, que contabilizou 1.721 ocorrências.

Por outro lado, os índices de homicídio apresentaram uma queda tanto na capital quanto no estado. Foram registradas 1.558 mortes, uma redução de 9,8% em relação ao mesmo período do ano passado. Na capital, houve 291 óbitos, o que representa uma diminuição de 3,6% em comparação aos primeiros sete meses de 2022.

Os números divulgados pela Secretaria da Segurança Pública também apontam uma queda nos casos de roubo, tanto na capital (-3%) quanto no estado (-3,3%). No entanto, os furtos aumentaram, com um acréscimo de 7,5% na capital, totalizando 143,9 mil casos, e 2,9% no estado, com 333 mil ocorrências.

A Secretaria da Segurança Pública informou que o número de apreensões de fuzis no estado dobrou em relação ao ano passado, passando de 51 entre janeiro e julho de 2022 para 108 no mesmo período deste ano.

Em relação aos homicídios, a Secretaria destacou que os registros na capital chegaram ao menor nível desde 2001 nos primeiros sete meses de cada ano, com 270 ocorrências em 2023. No início da série histórica, em 2001, foram registrados 3.126 homicídios, com 3.270 vítimas.

Dos casos de estupro registrados este ano, 206 ocorreram na capital, 204 na Grande São Paulo e 651 em outras regiões do estado.

A delegada Jamila Jorge Ferrari, coordenadora das Delegacias de Defesa da Mulher (DDM) no estado, ressaltou que existem diferentes opções para denunciar crimes, incluindo as delegacias especializadas, as delegacias online e as delegacias de bairro. Ela também mencionou que a gestão está estudando a possibilidade de ampliar o funcionamento 24 horas das DDMs. Atualmente, 11 das 140 unidades funcionam ininterruptamente, sendo sete delas na capital.

Ferrari destacou que não adianta ter DDMs funcionando 24 horas se o serviço prestado não for eficaz devido à falta de recursos humanos. Segundo ela, a gestão está repondo os quadros para atingir metas realistas.

A delegada também ressaltou o alto índice de subnotificação dos casos de estupro e afirmou que o aumento nos registros pode indicar uma maior confiança das vítimas, incluindo mulheres, crianças e pessoas próximas, em denunciar os crimes.

O Instituto Sou da Paz analisou os dados e destacou a redução significativa nos casos de homicídio doloso e roubo no estado entre julho de 2019, antes da pandemia de Covid-19, e 2023. No entanto, houve um aumento nos registros de estupro nesse período, com um crescimento de 24,8% em julho deste ano em comparação ao mesmo mês em 2019. No acumulado, o aumento é de 19,6%.

No litoral de São Paulo, várias cidades registraram um aumento nos casos de roubo e furto nos primeiros seis meses do ano em relação ao mesmo período de 2022. Além disso, o número de homicídios também aumentou em Caraguatatuba, Cubatão, Itanhaém e Mongaguá. Ubatuba, Cubatão, Itanhaém e Caraguatatuba apresentam taxas de homicídio por 100 mil habitantes superiores à média estadual, de 6,44, e acima da média nacional, de acordo com o Anuário Brasileiro de Segurança Pública.

Os dados divulgados pela Secretaria da Segurança Pública abrangem apenas o primeiro semestre, porém, essas estatísticas preocupam moradores das cidades da Baixada Santista e do litoral norte, especialmente após o assassinato de um soldado da Rota (Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar) em julho, seguido por uma operação policial que resultou na morte de pelo menos 22 pessoas.

Em resumo, os registros de estupro atingiram números alarmantes no estado de São Paulo durante os sete primeiros meses da gestão Tarcísio de Freitas. Por outro lado, os casos de homicídio apresentaram uma queda, tanto na capital quanto no estado. Os dados revelam também uma redução nos casos de roubo, porém, um aumento nos furtos. Além disso, o número de apreensões de fuzis dobrou em relação ao ano anterior. No litoral de São Paulo, os índices de roubos e furtos aumentaram, assim como os casos de homicídio em algumas cidades. A subnotificação dos casos de estupro e a confiança das vítimas em denunciar os crimes também são questões destacadas. A ampliação do funcionamento 24 horas das Delegacias de Defesa da Mulher tem sido estudada, mas a reposição dos recursos humanos é um desafio para a efetividade desse serviço.

Artigos relacionados

Botão Voltar ao topo