Em 2024, espera-se que o governo aumente verbas destinadas à pesquisa agropecuária, promovendo avanços no setor.

No dia 24 de agosto de 2023, o secretário-adjunto do Ministério da Agricultura e Pecuária, Pedro Neto, anunciou que o governo pretende destinar R$ 520 milhões para a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) no próximo ano. Esse valor representa um aumento de 50,7% em relação ao orçamento previsto para 2023. No total, a empresa conta com um orçamento de R$ 3,6 bilhões.

A questão do financiamento da Embrapa tem sido amplamente discutida nos últimos anos, uma vez que a empresa passa a depender de emendas parlamentares para conseguir fechar suas contas. Em 2023, por exemplo, 64 parlamentares destinaram pouco mais de R$ 30 milhões à empresa.

Segundo a presidente da Embrapa, Silvia Massruhá, a falta de recursos tem impedido a empresa de aceitar convites de cooperação técnica, mesmo sendo considerada uma referência em ciência tropical no mundo. A Embrapa conta com 43 centros de pesquisa espalhados pelo país, como a Embrapa Soja em Londrina, no Paraná, a Embrapa Uva e Vinho em Bento Gonçalves, no Rio Grande do Sul, e a Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia no Distrito Federal.

Silvia ainda ressaltou que, nos últimos 50 anos, a área plantada no Brasil aumentou 140%, enquanto a produção cresceu cerca de 580%. Ela atribuiu esse avanço aos esforços da Embrapa, que mostrou, por exemplo, que era possível produzir no Cerrado.

Apesar de ter sido anunciado um investimento de R$ 1 bilhão do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) até 2026, Silvia destacou que esse valor será destinado à infraestrutura. Sem financiamento adequado para pesquisa e desenvolvimento, a presidente da Embrapa alerta para os impactos negativos na agropecuária brasileira a médio e longo prazo.

Diante dessa situação, o senador Izalci Lucas (PSDB-DF) anunciou que irá defender a proibição do contingenciamento dos recursos da Embrapa e sugeriu a criação de um programa para que os parlamentares visitem os centros de pesquisa da empresa. Segundo o senador, é importante que os parlamentares conheçam o trabalho da Embrapa e compreendam a importância de investir em pesquisa e inovação agropecuária.

Além disso, está sendo organizada uma Frente Parlamentar para o Fortalecimento da Embrapa, liderada por Marcus Vinicius Vidal, presidente do Sindicato Nacional dos Trabalhadores de Pesquisa e Desenvolvimento Agropecuário.

Em resumo, a Embrapa enfrenta dificuldades financeiras que têm limitado sua capacidade de desenvolver pesquisa e inovação agropecuária. O governo planeja destinar R$ 520 milhões no próximo ano, porém, é necessário um esforço conjunto dos parlamentares e da sociedade civil para garantir investimentos adequados e fortalecer a empresa, fundamental para o desenvolvimento do setor agropecuário no Brasil.

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