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Segundo Haddad, o Brics pode contribuir significativamente para o mundo, sem confrontar outros fóruns internacionais.

Durante o Fórum Empresarial do Brics, em Johannesburgo, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que a participação do Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul no Brics não implica em “antagonismo” a outros fóruns internacionais. Segundo ele, o Brics tem uma grande contribuição a oferecer ao mundo e cada país membro pode apresentar sua perspectiva sem conflitos com outros fóruns dos quais participam.

Haddad antecipou a posição do governo brasileiro em relação à expansão do bloco, destacando a importância de não se indispor com parceiros como os Estados Unidos e a União Europeia. A China é o país mais poderoso do Brics e pressiona pela inclusão de até 23 países, o que alteraria o perfil político, econômico e populacional do bloco. O Brasil entende que Pequim busca formar um grupo que seja cada vez mais antagônico ao Ocidente e ao G7.

No discurso, o ministro ressaltou a importância de os países do Brics se unirem em torno dos valores comuns da liberdade, soberania nacional e mundo equilibrado. Ele defendeu a busca por oportunidades para toda a população, sem distinção, e reforçou os compromissos do Brasil com o multilateralismo, a diversidade cultural e a distribuição de oportunidades de crescimento.

Haddad também manifestou preocupação com a concentração do parque industrial em poucos países e afirmou que a África e a América do Sul podem ser plataformas para diversificação das atividades industriais. Ele acredita que o retrocesso da globalização pode ser uma oportunidade para a pulverização das plantas industriais, o que traria benefícios como salários e empregos mais dignos e qualificados para os povos.

O ministro ainda destacou a importância da reforma tributária em tramitação no Congresso brasileiro. Segundo ele, o sistema tributário complexo e inconsistente afastava investidores estrangeiros. Com amplo acordo entre governadores, Câmara e Senado, foi possível desenvolver um novo sistema tributário, que agora está no Senado para finalização do texto que deve ser promulgado ainda neste ano.

Por fim, Haddad mencionou a reorientação da política ecológica brasileira, com foco na produção de energia limpa para impulsionar a reindustrialização do país e também para exportação.

É importante destacar que o discurso do ministro da Fazenda durante o Fórum do Brics reforça a posição do Brasil em relação ao bloco e a necessidade de equilíbrio nas relações internacionais, sem criar conflitos com outros fóruns internacionais. A ampliação do Brics é um tema em discussão entre os membros, com diferentes perspectivas em relação ao futuro do bloco.

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