O tacógrafo do ônibus acidentado, que resultou na trágica morte de sete torcedores corintianos, havia expirado há quase 3 anos.

Tacógrafo do ônibus que capotou em MG estava vencido há três anos
Sete torcedores do Corinthians morreram no acidente
O tacógrafo do ônibus envolvido em um grave acidente na madrugada de domingo (20) em Igarapé (MG), que resultou na morte de sete torcedores do Corinthians, estava com a validade vencida há três anos. A informação foi confirmada pelo Instituto de Pesos e Medidas (Ipem) do estado de São Paulo.
De acordo com o Ipem, o último certificado do tacógrafo foi emitido em 24 de outubro de 2018 e tinha validade até 9 de outubro de 2020. Segundo o órgão, a verificação do tacógrafo deve ser realizada a cada dois anos. Com isso, fica evidente que o veículo estava em situação irregular.
Além disso, o ônibus também não possuía registro nem autorização para realizar o transporte interestadual de passageiros, conforme a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT). Dessa forma, a viagem é considerada irregular.
O veículo pertence à CFV Martins Transportes, uma empresa localizada em Jacareí (SP), porém, a reportagem da Folha não conseguiu contato com a empresa. Os números de telefone fixo e celular não completam a ligação, enquanto um segundo número direciona para a caixa postal. As mensagens de texto enviadas não foram visualizadas.
Como funciona o tacógrafo
O tacógrafo, mais conhecido como cronotacógrafo, é um dispositivo responsável por guardar informações como a distância percorrida pelo veículo, velocidade e tempo de direção do motorista. Ele contém um diagrama de papel ou fita, que deve ser trocado a cada 24 horas ou a cada sete dias.
De acordo com o Ipem, o tacógrafo é de uso obrigatório em todos os veículos de transporte com peso acima de 4.536 kg ou com capacidade para mais de dez passageiros. Ele é considerado a “caixa preta” de ônibus, caminhões e vans escolares, sendo fundamental para a segurança nas ruas e estradas.
Todas as informações registradas no tacógrafo podem ser utilizadas legalmente em casos de acidentes ou denúncias de má condução do veículo. Além disso, o tacógrafo deve passar por verificação metrológica, com análises feitas pelo Ipem. Após a aprovação, é emitido o certificado de verificação, válido por dois anos em todo o território nacional.
O Ipem reforça a importância dos usuários e passageiros verificarem as condições dos veículos, incluindo a validade do certificado de verificação do tacógrafo, e exigirem a comprovação de regularidade do dispositivo junto aos prestadores de serviço. É possível verificar a situação do equipamento através do site do Ipem.
Caso haja suspeita de alguma irregularidade, é possível fazer denúncias ao Ipem através do telefone 0800-0130522, de segunda a sexta-feira, das 8h às 17h, pelo e-mail ouvidoria@ipem.sp.gov.br ou no site www.ipem.sp.gov.br.