Abead aborda diversidade de gênero e tratamento para dependentes em debate.
Segundo a presidente da Abead, a psiquiatra Alessandra Diehl, é preocupante o aumento do consumo de álcool e drogas entre as mulheres, principalmente em idades cada vez mais precoces. Para combater esse cenário, é necessário que sejam criados mais espaços de tratamento voltados especificamente para as mulheres, incluindo mães e seus bebês.
Durante a pandemia de covid-19, surgiu um movimento chamado Alcoolismo Feminino, que se transformou em uma associação e passou a oferecer tratamento online para mulheres. Além disso, o movimento Colcha de Retalhos, que faz parte do grupo Alcoólicos Anônimos, também busca ajudar mulheres que enfrentam problemas com álcool.
Um dos principais temas a serem discutidos no congresso é a síndrome alcoólica fetal (SAF), uma condição que afeta crianças cujas mães consumiram álcool durante a gravidez. Serão apresentadas iniciativas para reduzir a prevalência dessa síndrome, como é o caso de uma iniciativa municipal em Ribeirão Preto (SP).
Outro tema importante é o impacto do uso de substâncias psicoativas por parte das mães nos filhos. Serão abordadas intervenções para prevenir o desenvolvimento de dependência química em crianças que convivem com dependentes químicos.
O congresso também irá debater o preconceito em relação aos dependentes químicos e aos profissionais que atuam nessa área. Segundo Alessandra Diehl, há um estigma enraizado na sociedade que muitas vezes impede o acesso ao tratamento e aprofunda o preconceito.
Além disso, o evento abordará os avanços do Brasil na luta contra o tabagismo, ressaltando a ameaça representada pelo cigarro eletrônico. Apesar de uma resolução da Anvisa que proíbe a venda desses dispositivos no país, ainda existem ameaças à redução do tabagismo.
A pandemia de covid-19 também agravou quadros psiquiátricos e trouxe novos casos. O congresso buscará trazer educação e informação para os profissionais que estão na linha de frente do tratamento, com o objetivo de aprimorar o atendimento e enfrentar os desafios impostos pela diversidade de gênero, públicos, terapias e políticas públicas distintas.
Por fim, o evento contará com a participação do ator Niso Neto, filho do comediante Chico Anísio, que relatará a perda de seu filho relacionada ao consumo de ayahuasca. Será debatida a influência dessa substância em pessoas vulneráveis e os sintomas psiquiátricos que podem ser desenvolvidos.
O congresso busca proporcionar um ambiente de troca de conhecimento e experiências, abordando temas relevantes para a área de estudos do álcool e outras drogas. É uma oportunidade de refletir sobre as questões que envolvem a diversidade e buscar soluções para promover a saúde mental da população.