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Comissões discutem obstáculos enfrentados por mulheres na ciência em eventos dedicados à carreira feminina no campo científico.

A Comissão de Defesa dos Direitos da Mulher promoverá uma audiência pública nesta quinta-feira (24) para discutir os desafios enfrentados pelas mulheres na carreira científica. A audiência contará com a participação da Comissão de Ciência, Tecnologia e Inovação.

A iniciativa foi proposta pela deputada Ana Pimentel (PT-MG). Segundo a parlamentar, dados do Grupo de Estudos Multidisciplinar da Ação Afirmativa do CNPq revelam que o gênero feminino é minoria em quase todas as áreas temáticas de pesquisa. Apenas em 34% das 80 áreas classificadas pela Capes, as mulheres alcançam a equidade ou têm uma participação maior.

Ana Pimentel ressaltou que a redução do número de mulheres na medida em que aumenta o grau de formação e as oportunidades na carreira docente é conhecida como “efeito tesoura”. Ela ainda destacou que esse fenômeno de exclusão e dificuldade de acesso e continuidade na carreira acadêmica e científica é ainda mais acentuado quando levamos em consideração recortes de classe, raça e maternidade.

Diversos convidados foram chamados para participar do debate. Entre eles estão: a assessora da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), Alice Plakoudi Souto Maior; a secretária regional da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), Cristiana Brito; a reitora da UFMG e representante da Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes), Sandra Goulart; e a vice-presidente da Associação Nacional dos Pós-Graduandos (ANPG), Ana Priscila.

O debate acontecerá no plenário 14, a partir das 10h. A lista completa de convidados pode ser conferida.

Essa discussão é relevante, pois evidencia a persistente desigualdade de gênero presente na carreira científica. A ausência das mulheres em diversas áreas temáticas de pesquisa é preocupante e indica a necessidade de se buscar soluções que promovam uma maior igualdade de oportunidades e acesso para as cientistas mulheres. Além disso, a inclusão de recortes de classe, raça e maternidade na análise do fenômeno amplia ainda mais a complexidade do problema.

Eventos como esse são importantes para dar visibilidade à questão e promover reflexões acerca das estruturas que contribuem para essa exclusão. Espera-se que a audiência pública possa trazer propostas concretas para a promoção da equidade de gênero na carreira científica, além de incentivar a participação das mulheres em todas as áreas temáticas de pesquisa. É fundamental que a ciência seja um campo verdadeiramente inclusivo e diverso, que valorize e reconheça o trabalho das cientistas mulheres.

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