Jovens da comunidade carioca são selecionados para representar o país na Gymnasiade 2023.
A Associação Miratus foi fundada em 1998 por Sebastião Dias de Oliveira, ex-atleta de natação. A entidade, que é uma organização não governamental sem fins lucrativos, tem como objetivo promover o desenvolvimento social por meio da educação e do esporte. Desde então, trabalha com crianças e jovens da comunidade da Chacrinha oferecendo atividades de badminton. Em 2004, a Miratus recebeu o título de Organização da Sociedade Civil de Interesse Público (OSCIP), fornecido pelo Ministério da Justiça.
Segundo Sebastião Dias de Oliveira, diretor técnico do projeto, o foco principal é proporcionar uma experiência magnífica para os jovens. O objetivo não é apenas conquistar medalhas, mas mostrar a eles que podem se superar e alcançar resultados surpreendentes. “Geralmente, a inclusão social, que é mais importante, é o resultado desse trabalho, mas o trabalho é feito com tanto carinho e tanto amor que eles absorveram com tanta vontade e acreditando que a gente tem títulos importantes”, afirmou em entrevista exclusiva para o jornal.
Mas nem tudo são flores. O projeto enfrenta dificuldades diárias por conta dos confrontos armados que ocorrem na comunidade da Chacrinha. No entanto, isso não é motivo para desanimar. Pelo contrário, a equipe trabalha com ainda mais empenho e dedicação para evitar que os alunos se envolvam com o crime e incentivá-los a trilhar um caminho de sucesso.
A Associação Miratus já revelou alguns talentos no badminton, como Ygor Coelho, filho de Sebastião Dias de Oliveira, que aos 26 anos está disputando uma vaga nas Olimpíadas de Paris. Ygor já representou o Brasil nas Olimpíadas do Rio de Janeiro e do Japão. Outro destaque é Yasmin Nascimento, uma jovem promessa de 14 anos que já conquistou todas as etapas nacionais da categoria sub-15. É um orgulho para o projeto ver esses atletas brilharem e representarem o país em competições internacionais.
Sebastião Dias de Oliveira acredita que o projeto é motivador não apenas para os alunos, mas para toda a equipe envolvida. O trabalho de inclusão social traz benefícios para todos. Além disso, o diretor ressalta a importância de apoiar e incentivar as crianças e jovens das comunidades, mostrando que eles têm capacidade de ir além do que é esperado. “Temos que entender que se não fizer algo por eles, vai ter a outra firma que vai fazer e acolher. A gente dá a eles uma raquete e não um fuzil”, defende.
Para as crianças e jovens que participam do projeto, o badminton se torna um refúgio diante das dificuldades enfrentadas na comunidade. É uma oportunidade de focar no treinamento e pensar em como podem melhorar a cada dia. Essa atividade esportiva funciona como uma válvula de escape e traz uma nova perspectiva de futuro.
O badminton foi escolhido para integrar o projeto por ser um esporte inclusivo, que acolhe pessoas de diferentes idades, pesos e alturas. O desafio de acertar a peteca de um lado para o outro estimula os jovens a se envolverem com a modalidade e acreditarem em seu potencial. Além disso, o esporte conta com um histórico de sucesso no projeto, com diversos títulos conquistados.
A participação das crianças e jovens é fortalecida pelo apoio das famílias, que entendem a importância dessa oportunidade única. O projeto é visto como uma válvula de escape, uma saída para os jovens que sonham em uma vida melhor. O fato de poderem viajar para outros países e representar o Brasil em competições internacionais torna esse sonho ainda mais palpável.
A participação na Gymnasiade 2023 é um marco para o projeto da Associação Miratus de Badminton. É o reconhecimento de um trabalho árduo e dedicado, que tem transformado vidas e oferecido novas oportunidades para jovens que antes eram marginalizados. O comprometimento da equipe, a superação dos obstáculos e a paixão pelo esporte são fundamentais para o sucesso alcançado até aqui.
